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sexta-feira, 19 de março de 2010

SUPRASSUMO

AUTOR: JOÃO MARIA LUDUGERO.

Eu permaneço mudo, silencioso,
Envaidecido, a contento, me entrego.
Desbravo teus ariscos caminhos, afoito.
Quiçá na tua boca de beijar me encaixo.
É na tua boca de garapa
que eu me acho, meu riacho do mel.

Eu me perco no céu da tua boca...
Ainda que distante, eu me encontro,
Eu faço a felicidade toda desabar em nós,
Eu me aprumo ao falar tua língua, que grita,
Meus versos ficam mais ricos,
Afastam a ânsia oculta,
Entro em equilíbrio e harmonia.

E é contigo que aprendo a oração
Dos que não sabem rezar,
Dos que só sabem esperar
Dos que só sabem sentir,
Apesar das quebradas rimas.


E assim sigo vivendo, bem aventurado,
Beijando a tua boca que me anima
Doce como água com açúcar,
Pois engenhosa é a tua boca de melaço,
Boca que não me arripuna nem satura.
Macia carne de caju,
Polpa de manga rosa.
Juro que tens o néctar dos deuses,
Dona do suprassumo
Que não provoca gastura
Nem outras coisas insanas.

Boca cheia de se dar, de se doar.
Boca que dá gosto e vivo sabor à vida, dádiva.
Boca que não manga do meu salivar, que me atura
Boca que não me enjoa nunca, nem pudera,
Nem mesmo ao me ouvir falar
de algo que pareça loucura!

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