VÁRZEA: SORTE DE QUEM NASCE ALI!
AUTOR: João Maria Ludugero.
Na mesa farta, repleta de respeito
todos unem as mãos e rezam.
Agradecimento sincero, solene,
todos os destinos junto ao pão.
Pão de trigo, pão de sal e outros brotes.
Tudo quentinho a sair da padaria
dos Tomaz de Lima (que saudades do seu Nenê!).
Eta tempo bom!
Tempo de tantas lembranças,
de cheiros e ruídos
Onde a sorte entrava sutil
pela porta da frente, gentil
Junto com um magote de crianças
Que embalavam sonhos e outras regalias.
E o mundo descansava na rede,
Rede de sisal ou de algodão
Rede armada no alpendre
De casas simples, coloridas, caiadas,
A indicar que o paraíso fica(va) logo ali,
Onde a paz faz/fez sua morada, de fato.
Ali onde mora o sol a tingir
De laranja o mais belo poente do agreste
a decorar a tarde do açude do Calango
de aves e pássaros de maviosos cantos
que vão surgindo em bandos, de súbito,
Como que a fazer uma comemoração de costume
Na dança majestosa do crepúsculo.
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