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sábado, 20 de março de 2010

DE QUINA PRA VIDA...

AUTOR: JOÃO MARIA LUDUGERO.

Aos magotes, meninos correm
pela Vargem a dentro, vida a fora
Alheios ao destino, seguem
margeando o sonho de sonhar,
percorrendo o caminho dos catolés
que leva ao rio Joca.

Pelo bueiro da estradinha de terra
Que nos conduz ao sítio de Zé Canindé,
A água se esvai além dos juncos e do capim.
E o sol a pino queima a pele do moleque,
Mas não evapora o sorriso do menino.

E os pés de moleque, inquietos, destemidos,
um após outro, correm ligeiros, lúcidos.
Até parece que têm sebo nas canelas,em desatino,
Serelepes meninos bons de bola.

Meu futebol de Várzea não segue a regra,
Minha pelada de pés descalços, contenta
Afoitos meninos que esperam alcançar o céu,
Agarrar estrelas, chutar a gol, com êxito,
E fazer da esperança um golaço, com garra,
Bem ali no meu Varzeão, na minha vargem,
mesmo que seja com bola de meia.

Com os pés na areia, de coração acelerado,
bem que sonham alcançar a lua, de súbito.
A lua, esta esfera bola branca na tarde amena,
é ocular testemunha do sonho acordado.

Corre o menino varzeano, traquinas,
feito tiro certeiro, vargem afora!
pé de moleque, se é doce eu não sei,
mas é arteiro, teimoso e ainda insiste
Por querer ser feliz!

Vai que vai e apronta a tua sina, ensina-me,
Ao tirar os pés do chão e teima, movido de amores,
Dribla a sorte, vai que ela é tua, persista
E acerte um gol pra lua.
Eu acredito nisso, boto fé
e não deixo a vida ao mero escanteio!
De quina pra vida, menino, não desista nunca
e marque de vez o gol da vitória!

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