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domingo, 21 de março de 2010

ESCAFEDER-SE

Autor: João Ludugero
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Minha rosa-rosa,
Agora já não sinto teu cheiro
Nem teu passo, nenhum ruído...
Nem teus olhos verdes, nem tua boca
Não sinto mais a tua mão na minha,
Nem a tua língua mais me alcança,
Nem ouço mais o tambor do teu coração
Bater, bater e bater
Disparadamente,tão breve,
a querer meu amor eterno.

Tudo foi jogado às traças,
Tudo foi jogado às favas,
Tudo foi atirado ao vento
E o tempo levou os sintomas,
Pois já não me serve teu chá,
Minha rosa-chá!
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Minha rosa-espinho, sem alma
Resultado do sangue encarnado
no dedo espetado, de fato desbotou
Minha rosa-flor da minha Várzea,
Esquecer, esquecerei
De ti e de mim, de imediato,
Da solidão de nós dois, enfim!

Palavras que ficaram por dizer,
Momentos por viver, desacatos,
Tudo se desfez no ar, promessas
Em vertentes vapores e vapores!
.
Minha rosa, digo minha ex-rosa,
Já assim tão descolorida, pálida,
Eu te disse adeus, esqueça-me de vez,
Eu suplico, pelo amor de Deus!
Mas a vida continua... a ser
O maior bem que a gente tem!
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Se ficaram os espinhos,
bem assim o seu significado,
Que bom! pois eles vão me ajudar a fazer
O antídoto para que eu te esqueça
De lembrar em mim, de uma vez por todas,
Elaboradamente!
.
Desapareça, tome um chá
De sumiço ou se-mancol,tanto faz,
Pois não preciso mais viver nada
do que eu não mereça,
Escafeda-se!

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