Seguidores

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

FOGO DO ITAPACURÁ, por João Maria Ludugero.

 
 

FOGO DO ITAPACURÁ,
por João Maria Ludugero.


Rede avarandada no alpendre
da casa de tio João Pequeno.
Fogão de lenha a recender
cheiro das temperanças do Itapacurá. 
O silêncio esfumaça no ar.
Sombras e tisna pelas paredes... 
O bule de ágata com alguns descasques na tinta azul.
Um cheiro de café coado no saco de pano,
capins santos, ervas doces e cidreiras. 
Cuias com broas de fubá, tachos de goiabada-cascão,
compotas de caju, doce deleite. 
Um alguidar cheio de batatas-doces cozidas,
milho assado na palha e tapiocas.
Dona Zefinha cheia de muitas estórias
de assombração, de almas penadas.
O nicho do oratório repleto de santos
e flores de crepom azuis e encarnadas, 
velas-de-sete-dias a queimar cismas.
Dona Zefinha ronda vigilante e quieta,
abanando o fogo em brasas incandescentes
a alumiar a pequena cozinha. Apenas o fogaréu,
as achas-de-lenha a crepitar, 
enquanto um magote de meninos
traquinas espia pelo buraco 
da tramela a brejeira Joaninha
que se despe junto à bica do banheiro de pau-a-pique...
A inocência se desnuda, sem vergonha de ser linda
com seus peitos de sapeca menina-moça...
O sabão escorrega, a espuma desce e lava a alma
de quem está na espreita, limpando a vista...
Madeiras estalam na dança das labaredas,
enquanto a menina com seios de dois limões e pêlos ralos,
bem se apanha ao se banhar contente,
sem motivo para esconder as coisas de Deus,
se deixando gostar de ser curiada e benquista.

RESPOSTA AO TEMPO NO PÓ DA AMPULHETA, Por João Maria Ludugero


RESPOSTA AO TEMPO NO PÓ DA AMPULHETA,
Por João Maria Ludugero.

Não só de manjar ou cubar a lida,
Mas as horas passam sem se ver
Sem perceber passam anos
Anjos, amigos, colegas
Amores em labirintos
Meada e fio ao desafio
Trabalhos na labuta,
Vida...A correr dentro.

Estamos fora do tempo
Corrido...A contento ou não,
Sofrido ou tranquilo
Armado ou amado
Tempo...Tempo...
Amores e amoras,
Taras e retoques
Arreios e alforjes
Amparo e recomeços 
Aqui, agora ou de outrora...

Lembranças boas idealizadas
Expectativas no porvir esperado
Diversas e variadas levas...
Ilusões de agora sem resposta
Tempo que se esvai exacerbado,
Enquanto vivemos
Entremeios
Estripulias
Solavancos
Furdúncio
Catavento,
Ventanias
Catapultas
Trovas em cantigas
Tocando em frente
De lado e de banda,
Eiras e beiras, 
Reentrâncias
Progressos
Regressos
Achas no tempo perdido
Encontros e descaminhos...
Até exaltar os pelos da venta!

Corridos desvãos
Misturados e juntos
Passado, presente, futuro
Hoje em repetidos dribles
Escanteios e viradas a seco
Escadas sem corrimão 
Calvários e aclives
Atropelam-se, 
Passam por nós desatados
Como horas medonhas
Em arteiras ampulhetas
Areias finas solenes
Tempo, 
Cinzas e 
Pó...

VÁRZEA-RN, CIDADE DA CULTURA E DA FÉ, por João Maria Ludugero

 
 
 
VÁRZEA-RN, CIDADE DA CULTURA E DA FÉ, por João Maria Ludugero

E a procissão vai crescendo 
tomando ares pela rua grande.
Lindo e quase, 
quase todo em flor 
o andor agora avança com o povo 
a andar pela rua das pedras a fora
até alcançar as quatro bocas em cântico. 
E lá vai São Pedro 
de olhar satisfeito com a reza. 
Conhecendo minha gente, 
como bem a conheço, 
aposto que toda Várzea 
vai se ver contente, 
tendo o bom gosto 
de se ver assim, tão bela,
toda agraciada, com suas ruas 
e casas caiadas 
de janelas e portas abertas 
a louvar o pescador apóstolo,
tudo transformado 
em espaço geográfico 
de cultivo da Fé!

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

QUE BEM-ESTAR EM BONITO-MS! por João Maria Ludugero



 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 


QUE BEM-ESTAR EM 
BONITO-MS! 
por João Maria Ludugero 

Mas que encanto de beleza natural! 
Riachos nascidos no ventre pantaneiro 
Nas entranhas da Serra da Bodoquena 
O Criador os fez virtuosos e deslumbrantes 
De águas transparentes, puras e serenas 
São divinais paraísos campestres em Bonito 
De encantadas grutas e cascatas em dezenas! 
E de manjar caminhos reverdecidos além 
Que em seus meandros sopra vitalícia aragem 
Para que não feneça o seu espetacular alvorecer 
E, sobretudo o consagre, irradiando paz e alegria 
E entre os ramos verdejantes vida faz nascer 
E que graça o ambiente 
Com o risonho 
Sol amar-elo 
Do seu nascente ao ameno entardecer! 
E tudo está no seu esplêndido lugar tal como foi criado 
Para o homem desfrutar e reverenciar a contento 
Cultivando afinidades com a bela natureza pura 
E zelar com a estimada vida, 
A terra a correr dentro do seu bom ar,  
Embalando nos seus braços como uma ávida cria 
E consciente, a bela e real natureza 
De Bonito, poder preservar... 
MAS QUE BEM-ESTAR EM BONITO-MS!