MERGULHO PELA VÁRZEA A DENTRO,
por João Maria Ludugero.
Se o dia me descobre o corpo
A luz de um astro tinindo
Cravos se abrindo
De sóis a correr dentro
Em lumes na fronte
Mergulho na corrente
Longe do precipício,
Achego-me ao Amar-Elo!
Se me descortino do sonho
Estrelas me colhem acordes
De paixão pela vida a reluzir
Longe de ser cabotino,
Albergue sedução recepciona
Águas revoltas, minhas onças saltam
Além de Santo Antônio,
Pelos Ariscos ou Seixos
Que os agrestes exuberam
Seda pela pele morna, torrente branda
Depois de tantas luas lamparinas nos olhos
A me deixar mergulhar pelo interior do Retiro.
Meu templo é um sentir quase afoito
Em círculos no inquieto repouso
E querer-te assim pelos sentidos
É ser água e chama
Dia, noite, sonho…
Gargalho a sorrir,
A escorrer pelo rio Joca dos bem-te-vis
Que deságua pela Várzea a dentro!
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