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sábado, 28 de dezembro de 2013

DONA PENHA DE SEU OLIVAL, Autor: João Maria Ludugero

DONA PENHA DE SEU OLIVAL,
Autor: João Maria Ludugero

Um homem hoje dorme no andar de cima.
Foi chamado pra habitar noutro reino,
Lá onde não se sente mais dor ou frio.
Ele se retirou mais cedo,
Satisfeito do dever cumprido
Fechou com chave de ouro
Sua vitoriosa missão.
Repassou as chaves à sua Penha,
Que continuará firme e forte
Em sua lida de renovadas esperanças.

Deixemos o homem dormir.
Na paz, do alto do seu novo Retiro,
Ele corre o olhar calmo
E avista o esplendor reverdecido
A ampliar os horizontes da sua Várzea.

Agora ele traz em mãos
Um feixe de fosforescente luz
Que reflete pelos caminhos
Que foram demarcados com suor,
Quando trabalhava e cantava
Resignadamente com a voz
Que provinha de um coração
Contente da vida que levava.

Sua Várzea emudeceu no dia da partida.
Mas a cidade guarda na memória
O exemplo de coragem que deixou de legado
Aos seus três filhos Uilma, Marcos e Uiliane;
Aos netos, parentes e uma legião de amigos.

Várzea adormeceu obedecendo à noite.
Fez-se um torrencial silêncio.
Mas, nada de braços cruzados,
Nada de balcão fechado,
Pois jamais se apagará
Das nossas lembranças a vida digna, rica e simples
Deste homem: Olival Oliveira de Carvalho!

Sua recordação acordará sempre,
Abrindo portas dessa Várzea a fora,
Todo santo dia-após-dia,
No peito da sua gente destemida,
Orgulhosa, sim, pelos seus
Valiosos ensinamentos.

Deram-te um nome. Olival.
É consabido que um homem
Tem de ter um nome:
João, José, Pedro ou Marcos.
À pedra damos nome de pedra
Que o é antes da pedra e a si se basta.
Não é mesmo, ó São Pedro Apóstolo?

Olival teve a sua Penha!
Um homem ladeado
Por uma magnífica senhora,
Por uma rocha em forma de mulher
Uma flor de pedra, de pulso forte, 
Com um nome próprio,
Repleto de significado,
Que lhe dá cor: Penha!

Um homem tem de ter um nome
Para caminhar dentro dele:
Te chamaram Olival, Olival!
E para lhe dar alicerce, completar a base,
Deram a ele uma mulher chamada Penha!
A ambos ora dedico esse poema simples,
Sem precisar recorrer a palavras feitas
Sem precisar recorrer a rimas,
Sem que a vida careça sair de cena,
Afinal, Seu Olival viverá para sempre,
Pois ele se tornou sinônimo de Várzea.
Não há como dissociá-lo de seu amado Retiro!

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