JENIPAPO,
por João Maria Ludugero.
Outra vez o mesmo caminho
Enquanto estou aqui cheio de saudades,
Eu viajo ao meu interior.
Ávido e lúcido, a degustar
Aquele precioso licor de jenipapo...
Eu volto a ser quem eu era
E passo a ser quem sempre fui:
Eterno menino levado da breca!
E quando a manhã me acorda o sonho
Escuto os sons que me chamam arteiro
Eu espio o dia clareando astuto desperto,
anunciando mais vida ao menino medonho
Eu bem sei ao certo o que sinto,
Mas sinto que é isso o que quero.
Quero que corra em meu sangue
Como se isso fosse meu inteiro!
Sinto não poder mais ficar
E vou chorando baixinho, nostálgico
Porque esse adeus que entristece
Deixa uma dor que consinto...
E vou levando marcas,
Vou carregado de sonho
Apreciando as delícias do jenipapo
Acordado na lida varzeana,
Mas sem esquecer aquele amor...
Ah, se não existisse adeus...
Se eu pudesse ficar e viver como a gente sempre viveu...
Vou de coração partido, mas peço a Deus para mostrar
O mesmo caminho 'jenipapeado'
Em que vim pelejando a correr dentro,
Mas dessa vez insisto em ficar para sempre
Acolhido na minha Várzea das Acácias!
Nenhum comentário:
Postar um comentário