BANHO DE RIO, por João Maria Ludugero
Já decidi me mandar para lá,
tomar banho de rio
ir até além do açude do Calango,
deixar-me mergulhar
pra te ver sorrir
ser meu rimar,
de frente e verso
Assovia vento, assovia!
Traga teu bico, quero-quero
só pra diminuir meu penar
com asas de aço
serei pássaro prateado
e nunca mais sairei
do caminho que me leva a ti,
minha Várzea amada!
Que troço é poesia,
Se não traço de amor,
de dor e alegria?
Hoje sou todo saudade
sentado à margem de mim,
deixo meu coração vertente
sangrar e escorrer pela vargem...
Sem pressa de sair dali,
de pisar no chão, desnudo
e sentir os cheiros
e os ruídos que descambam
bueiros afora
até chegar ao rio Joca
e nadar na calma de sua correnteza
juntar-me aos peixes e seguir
até a cachoeirinha dos Damas,
onde se acham muçuns,
jacundás, aratanhas e saudades.
Bonjour,
ResponderExcluirUn autre très joli poème... Merci !
Gros bisous