Seguidores

quarta-feira, 4 de dezembro de 2013

BANHO DE RIO, por João Maria Ludugero

BANHO DE RIO, por João Maria Ludugero 

Já decidi me mandar para lá, 
tomar banho de rio 
ir até além do açude do Calango, 
deixar-me mergulhar 
pra te ver sorrir 
ser meu rimar, 
de frente e verso 
Assovia vento, assovia! 
Traga teu bico, quero-quero 
só pra diminuir meu penar 
com asas de aço 
serei pássaro prateado 
e nunca mais sairei 
do caminho que me leva a ti, 
minha Várzea amada! 
Que troço é poesia, 
Se não traço de amor, 
de dor e alegria? 
Hoje sou todo saudade 
sentado à margem de mim, 
deixo meu coração vertente 
sangrar e escorrer pela vargem... 
Sem pressa de sair dali, 
de pisar no chão, desnudo 
e sentir os cheiros 
e os ruídos que descambam 
bueiros afora 
até chegar ao rio Joca 
e nadar na calma de sua correnteza 
juntar-me aos peixes e seguir 
até a cachoeirinha dos Damas, 
onde se acham muçuns, 
jacundás, aratanhas e saudades.

Um comentário: