ATIRANDO SAPATOS
Autor: João Maria Ludugero
O amor lhe pegou de assalto.
Mas ele não cruzou os braços.
Tentou rebelar-se, de fato,
Sobressaltou-se ao tremer na base
Quando o amor revirou
Sua cabeça, deu nó, desfez laços
Fez refém seu coração,
Quase fez dele churrasquinho de gato.
Jogou no ralo todo sentimento.
Justo ele, sempre tão bom menino!
Rasgou o traje de passeio, descabelou-se.
A rigor, fez-se furioso de atirar sapatos,
Ao quebrar o protocolo, atreveu-se.
Esqueceu-se das boas maneiras,
Meteu a língua no prato,
Provou de amargo licor,
Amassou e comeu o pão do diabo,
Lambuzou-se assim e assado, eufórico.
Bebeu para ficar mais doido ou lúcido.
Mas, ao se achar de pires na mão,
Jogou as cartas, virou a mesa,
Eira e beira, sacudiu a toalha.
Esperneou, ao dar a volta por cima.
Gritou a plenos pulmões:
Fodam-se!
Deu risadas do amor, roubou a cena,
Gargalhou, escancarou o verbo indigesto,
Deixou a mesa arrumada
De desarrumação.
E, por derradeiro,
Obsceno, arrotou de novo
Em alto e bom tom:
Fodam-se!
Saiu palitando os dentes,
Sequer lavou as mãos,
Abriu um sorriso borboleta
De escárnio ao amar-elo.
Pois não era de ferro
Nem tinha nervos de aço,
Pegou seu chapéu,
E erguida a cabeça,
Ainda escarrou de contente
Ao sair daquela fossa abismo
Onde o amor lhe jogou friamente.
Sem dar ouvidos ao pensar alheio
E aos que lhe condenavam, à toa,
Sorriu de si mesmo, do estado das coisas
Na mais completa falta de educação.
Em nome do amor, se expôs à beça,
Dispôs-se a infrigir normas. Irascível,
Quebrou regras, réguas e paradigmas,
Até fez banquete no funeral.
Mas, apesar do enterro de um amor
Ele hoje se encontra cauteloso aprendiz
Vendo que, sobretudo, o Amor continua vivo,
Que vale a pena ter amor próprio,
Para recorrer, caso necessário, de sobressalente,
Quando surpreendido assim de repente,
De susto, por um amor perecível.
Autor: João Maria Ludugero
O amor lhe pegou de assalto.
Mas ele não cruzou os braços.
Tentou rebelar-se, de fato,
Sobressaltou-se ao tremer na base
Quando o amor revirou
Sua cabeça, deu nó, desfez laços
Fez refém seu coração,
Quase fez dele churrasquinho de gato.
Jogou no ralo todo sentimento.
Justo ele, sempre tão bom menino!
Rasgou o traje de passeio, descabelou-se.
A rigor, fez-se furioso de atirar sapatos,
Ao quebrar o protocolo, atreveu-se.
Esqueceu-se das boas maneiras,
Meteu a língua no prato,
Provou de amargo licor,
Amassou e comeu o pão do diabo,
Lambuzou-se assim e assado, eufórico.
Bebeu para ficar mais doido ou lúcido.
Mas, ao se achar de pires na mão,
Jogou as cartas, virou a mesa,
Eira e beira, sacudiu a toalha.
Esperneou, ao dar a volta por cima.
Gritou a plenos pulmões:
Fodam-se!
Deu risadas do amor, roubou a cena,
Gargalhou, escancarou o verbo indigesto,
Deixou a mesa arrumada
De desarrumação.
E, por derradeiro,
Obsceno, arrotou de novo
Em alto e bom tom:
Fodam-se!
Saiu palitando os dentes,
Sequer lavou as mãos,
Abriu um sorriso borboleta
De escárnio ao amar-elo.
Pois não era de ferro
Nem tinha nervos de aço,
Pegou seu chapéu,
E erguida a cabeça,
Ainda escarrou de contente
Ao sair daquela fossa abismo
Onde o amor lhe jogou friamente.
Sem dar ouvidos ao pensar alheio
E aos que lhe condenavam, à toa,
Sorriu de si mesmo, do estado das coisas
Na mais completa falta de educação.
Em nome do amor, se expôs à beça,
Dispôs-se a infrigir normas. Irascível,
Quebrou regras, réguas e paradigmas,
Até fez banquete no funeral.
Mas, apesar do enterro de um amor
Ele hoje se encontra cauteloso aprendiz
Vendo que, sobretudo, o Amor continua vivo,
Que vale a pena ter amor próprio,
Para recorrer, caso necessário, de sobressalente,
Quando surpreendido assim de repente,
De susto, por um amor perecível.
Aqui, sendo o seu 'seguidor' de nr 100... (rsrsrs) Tbém encantado com seus poemas/textos/poesias...
ResponderExcluirVi que temos muito em comum qto ao gosto musical: Eliana Printes, Mônica Salmaso, Elis...
Abçs e espero nos encontrarmos sempre nas nossas 'casas virtuais'...
olá bom dia..seguindo seu blog gostei muito..
ResponderExcluirsua visita será uma alegria
http://nairmorbeck.blogspot.com/
http://naimorbeck.blogspot.com/
Amor próprio e fé em Deus, essa é a receita!
ResponderExcluirMuito bom!!! Uau.... esfuziante! *-*
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