Seguidores

domingo, 25 de abril de 2010

SEIXOS

autor: João Ludugero 

Dona Dalva,
com seu maternal carinho
deu-me a vida,
deu-me agasalho e calor
desde o colostro 
desde cedo me deu colo
quando chorei no seu peito
porque  o leite empedrou

mas mesmo assim 
ela me deu um coração
que não é de pedra 
apesar de parecer feito de granito,
de às vezes, parecer pedra comum,
paralelepípedo

meu coração  se derrama
ele se derrete todo, inflama
poderia ser diferente lava de vulcão
ser um coração tipo rocha ardente,
magma que o tempo esfriou por fora
 
mas a vida me fez assim
pedra solta, seixo
pedrinha dura, de arestas aparadas
pedra que ficou assim de tanto rolar 
na correnteza do rio
pedra polida pela força 
oriunda das águas 

pedra sem a pretensa forma 
ou a dureza do diamante
que coberta de limo, 
simplesmente é pedra lapidada 
que diferentemente do geral
traçou-me um pitoresco destino
solta, à beira do caminho
pedra atirada ao vento inusitado
pedra base do interessante castelo 
que ainda alicerça meu curioso sonho

sonho que não virou pó, poeira
de um sonhador que ainda sonha  
porque o amor ainda está aqui
e não se desmanchou em mim 
que também sou feito de sonhos

Um comentário:

  1. Você é um poeta nato!!!
    As tuas palavras emocionam os mais leigos, pois que elas são delicadas e cheias de amor.
    Sinto saudades de vc, meu Amigo!!! Muitas!!!

    ResponderExcluir