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quinta-feira, 1 de abril de 2010










PROZAC 

Maria Joana tomava Prozac  
escorada em Beto 
varava a noite
enquanto Cláudia 
raiava o dia
Lucas nem dormia
eles não sonhavam mais,
e mais se perdiam 
do que se achavam
na selva urbana

de pedras na mão
de pires na mão 
na sala de estar,
tateando no escuro 
eles não tinham certeza
se bem ou mal se queriam,
identidade pelo avesso
dualidade no espelho,
ânsia entre prazer e desprazer

na corda bamba
ou tirando o coelho da cartola
qualquer coisa servia
qualquer luva cabia, 
até mesmo dar murro 
em ponta de facas
ou ser stand delas 

e essa gente tomava Prozac
e outros barbitúricos
e a vida real desandava 
êxtase passado em branco,
que vida que nada!

diga-se 
de passagem,
vida elevada a zero
e o resultado disso tudo 
não poderia ser diferente:
impotência, devaneio
e miragens

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