autor: João Ludugero
Ali na beira do Calango
com o açude a sobejar
pelo sangradouro suas piabas
aqui e ali na vargem alagada
vejo a pular carás e jacundás
na festa da enchente do rio Joca
entre um e outro juazeiro,
pedaço de sossego a acolher minha alma
que megulha no verde-musgo profundo
sem ter hora para voltar
meu coração se derrama
e vai junto lavar teus cabelos
e vai junto escovar teus dentes
com raspa de casca de juá
eu me derramo em teu colo
como se fosse travesseiro,
descanso o crânio satisfeito
sob o cafuné da ponta dos teus dedos
deixo-me levitar assim,
alcanço o céu,
mesmo sem sair do solo
de súbito,
descobres o mapa do meu peito
e eu em revide, frente e verso,
percorro tuas curvas de níveis
me acho em tua geografia
folheando-me por inteiro
chegas a cada vontade,
afastas cada medo
do meu coração, e não tem jeito
aproximas cada virtude ao sonho
cada desejo que busco
tão ímpares no livro aberto
que invadem as páginas pares
dando sentido aos meus versos simples
cai a tarde amena
cai o sereno
escurece e ninguém vê
que adormecemos no
aconchego da Várzea
sem preocupação com o tempo,
sem receio do perigo.
no meu refúgio não há do que fugir,
afinal estamos em casa
rodeados de pirilampos,
sob as bênçãos de São Pedro
Ali na beira do Calango
com o açude a sobejar
pelo sangradouro suas piabas
aqui e ali na vargem alagada
vejo a pular carás e jacundás
na festa da enchente do rio Joca
entre um e outro juazeiro,
pedaço de sossego a acolher minha alma
que megulha no verde-musgo profundo
sem ter hora para voltar
meu coração se derrama
e vai junto lavar teus cabelos
e vai junto escovar teus dentes
com raspa de casca de juá
eu me derramo em teu colo
como se fosse travesseiro,
descanso o crânio satisfeito
sob o cafuné da ponta dos teus dedos
deixo-me levitar assim,
alcanço o céu,
mesmo sem sair do solo
de súbito,
descobres o mapa do meu peito
e eu em revide, frente e verso,
percorro tuas curvas de níveis
me acho em tua geografia
folheando-me por inteiro
chegas a cada vontade,
afastas cada medo
do meu coração, e não tem jeito
aproximas cada virtude ao sonho
cada desejo que busco
tão ímpares no livro aberto
que invadem as páginas pares
dando sentido aos meus versos simples
cai a tarde amena
cai o sereno
escurece e ninguém vê
que adormecemos no
aconchego da Várzea
sem preocupação com o tempo,
sem receio do perigo.
no meu refúgio não há do que fugir,
afinal estamos em casa
rodeados de pirilampos,
sob as bênçãos de São Pedro
Nenhum comentário:
Postar um comentário