autor: João Ludugero
não sei dançar,
mas rodopio
invento um passo
fecho os olhos
e vislumbro um clarão
disponho-me a imaginar
capto palavras
teço versos,
ambiento-me
rezo um terço
mas preciso agir
escrevo poemas
sem pena de mim
sem pena de mim
à espera de paz
lembro-me da prece
da lição de casa
cresço, fico maior
universo
universo
quando me ajoelho
e ressoa em mim
tua voz de veludo
encarnada
como se
cravasse na jugular um
silêncio incontido
um silêncio que grita
vestido de palavras não ditas
que mudas
dão sentido ao poema
que alto se estica
cravasse na jugular um
silêncio incontido
um silêncio que grita
vestido de palavras não ditas
que mudas
dão sentido ao poema
que alto se estica
palavra por palavra
tanta vez
me desfaço
tanta vez
me desfaço
me componho
me curto no curtume
me curto no curtume
me proponho a ficar mudo
só pra te ter
num novo começo
num novo começo
eu consigo alcançar
tudo no meio do nada
tudo no meio do nada
meu coração mergulha
contemplativo
descansa na fé
quer afago
na paz do teu sorriso nu
na paz do teu sorriso nu
e para deleite
dos meus olhos
que se abrem ao azul
na imensidão de ti,
eu agradeço e chego ao céu
oh, minha estrela-guia,na imensidão de ti,
eu agradeço e chego ao céu
eu imploro às escâncaras
pode chegar, venha logo
num piscar de olhos,
vou fazer meu pedido:
caia depressa
venha me fazer cafuné
eu careço disso!
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