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quarta-feira, 14 de abril de 2010

EUREKA, EUREKA!


não quero apego aos anzóis
não quero ser apenas  isca
nem o peixe a morrer pela boca
não espero robalo à risca 
tampouco ser teu namorado
não quero ser o bispo da tua missão
nem dom Pero Fernandes Sardinha
que virou comida de canibais
ao ser devorado pelos Caetés,
em inesperado programa de índios.

espero por ti,
até que o mundo me deixe mudo
até que eu me acostume e siga
na solidão de ser apenas dois
até que nenhuma bomba rebente
e floresça
até que uma rosa desabroche rosa

que eu aprenda a desarmar todas as minas
até que eu amoleça teu coração de rocha
e que a palidez do teu semblante
desapareça em meio a estrelas reticentes
que desabem, cadentes na paz descoberta

que somente encontro em teu sorriso nu

que eu ache chão e cresça
em razão do céu que desce
a partir da tua boca carmim
que me inflama,
que me chama
que me convida ao frio da dor

espero encontrar terra firme
e não apenas areia movediça,
espero abrir meu coração, à vista,
nele encarnar meus ais enfim,  
só se for pra viver incendiado
na celebração desse Amor

autor: João Ludugero

Um comentário:

  1. Caro Poeta, meus sinceros Parabéns! Você, Joao Ludugero, tem talento nato, estudado, lido, discutido e caprichado. Um bom escritor vindo por aí. Vai dar o que falar, com certeza. Não te conheço de perto, mas vejo seu Blog todos os dias pra ler e reler seus poemas e textos. Encontrei seu Blog por acaso e já caí dentro, mal acostumada, meti a cara e adorei o que achei: poesia de muito bom gosto!
    Continue a nos redigir essa belezura de poemas.
    Att,
    Bruna Evangelista de Souza,.
    Sou formada em Letras e moro em Brasília há mais 10 anos.Abraços.

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