EUREKA, EUREKA!
não quero apego aos anzóis
não quero ser apenas isca
nem o peixe a morrer pela boca
não espero robalo à risca
tampouco ser teu namorado
não quero ser o bispo da tua missão
nem dom Pero Fernandes Sardinha
que virou comida de canibais
ao ser devorado pelos Caetés,
em inesperado programa de índios.
espero por ti,
até que o mundo me deixe mudo
até que eu me acostume e siga
na solidão de ser apenas dois
até que nenhuma bomba rebente
e floresça
até que uma rosa desabroche rosa
que eu aprenda a desarmar todas as minas
até que eu amoleça teu coração de rocha
e que a palidez do teu semblante
desapareça em meio a estrelas reticentes
que desabem, cadentes na paz descoberta
que somente encontro em teu sorriso nu
que eu ache chão e cresça
em razão do céu que desce
a partir da tua boca carmim
que me inflama,
que me chama
que me convida ao frio da dor
espero encontrar terra firme
e não apenas areia movediça,
espero abrir meu coração, à vista,
nele encarnar meus ais enfim,
só se for pra viver incendiado
na celebração desse Amor
autor: João Ludugero
Caro Poeta, meus sinceros Parabéns! Você, Joao Ludugero, tem talento nato, estudado, lido, discutido e caprichado. Um bom escritor vindo por aí. Vai dar o que falar, com certeza. Não te conheço de perto, mas vejo seu Blog todos os dias pra ler e reler seus poemas e textos. Encontrei seu Blog por acaso e já caí dentro, mal acostumada, meti a cara e adorei o que achei: poesia de muito bom gosto!
ResponderExcluirContinue a nos redigir essa belezura de poemas.
Att,
Bruna Evangelista de Souza,.
Sou formada em Letras e moro em Brasília há mais 10 anos.Abraços.