autor: João Ludugero
eu encho o peito,
orgulho-me sim, deveras
mesmo que seja do meu jeito
só pra te dizer, sem demora,
que não tenho vergonha alguma
de repetir, de dizer sem o não,
o tão fadado ditado,
aquele que propaga
que homemque é homem
também chora, porque não?
de repetir, de dizer sem o não,
o tão fadado ditado,
aquele que propaga
que homemque é homem
também chora, porque não?
tenho sim, alguns pudores
mas largo tudo, e decidido
parto logo ao teu encontro
só pra secar teu rosto na praça
só pra não vê-la cair em pranto
abro meu coração, na raça
sangro assim feito açude cheio
desabo no teu colo quente
eu me acabo na tua boca nervosa
só pra atingir teu céu aberto
e arranhar nosso ego imposto
só pra ficar pronto
a tempo de voar contigo
a tempo de voar contigo
pra qualquer lugar,
seja inferno ou paraíso
seja inferno ou paraíso
Caso contrário,
admito com todas as letras
admito com todas as letras
prefiro o purgatório em chamas
onde o suicida, a cabo da vida,
também sua,
inflama e se dana,
também sua,
inflama e se dana,
a pingar seus suores
na eterna coivara
na eterna coivara
mas se não vieres
a desatar meus ais,
se não mais sentires nada
nem solidão de ser só dois,
o que mais importaria, de fato,
se o mundo acabasse por desabar
sobre as nossas cabeças?
não tenhas dúvidas
que só restaria mera página
de estampada notícia
do adeus, no jornal diário
do adeus, no jornal diário
ou como manchete global
na TV a cabo!
na TV a cabo!
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