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sábado, 9 de agosto de 2014

UM CAÇUÁ DE SAUDADES: MINHA ETERNA VÁRZEA DAS ACÁCIAS, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

 
 


 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

UM CAÇUÁ DE SAUDADES: MINHA ETERNA VÁRZEA DAS ACÁCIAS,

por João Maria Ludugero


A Várzea de ontem,
A Várzea de agora,
A Várzea de amanhã 
e já será hoje a seara
de Ângelo Bezerra,
quando eu caminhar 
dentro e alto além da Vargem 
no rumo do que deixei sem cancelas
e do que me largou.à margem
do rio Joca ou do paredão
do açude do Calango, 
no brilho de uma renovada esperança 
de uma esquina qualquer, 
a saudade de certo instante: 
casas, ruas, becos e ladeiras 
escapam com o tempo ao vento,
mas não as cobre de poeira,
apenas me dá coragem num seguir astuto,
desses de assanhar até os pelos da venta.


Cada dia repete o anterior 
de forma diferente; 
irrepetível, toda hora 
repete outras horas. 
Do berço ao túmulo, 
apenas o rio Joca retorna o verde ao Vapor,
apesar da devastação do velho coqueiral
e do banho em suas águas 
mesmas, conquanto mutantes.


A memória não imita 
a cidade reconstruída: 
levanta a Cidade da Cultura
de Mateus Joca Chico,
do João Redondo de Pedro Calixto,
das Pastorinhas de Joaquim Rosendo,
de Vira de Lucila de Preta,
de Biga de Ana do Rego,
de Nezinho, Beja, Bita
de Do Carmo, de Nina,
da inesquecível madrinha Joaninha Mulato 
e a contempla novamente, 
rua da pedra sobre pedra, 
rua do arame sem cabrestos
e o Apóstolo São Pedro no topo da igreja 
acorda nossos sonhos pelo agreste verde.

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