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domingo, 17 de agosto de 2014

POÉTICA E INQUIETA SENHA: LUDUGERÁVEL! por João Maria Ludugero.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
POÉTICA E INQUIETA SENHA: LUDUGERÁVEL! 
por João Maria Ludugero.

Sou um ente fascinado a correr dentro e alto pelo interior da lida. Tenho um olho contente que vive: sou um ser despachado, adoro escrever, amo a seara da natureza. Mas eu tenho um outro olho que mira o lado difícil, sombrio. A minha literatura nunca vai ser 'um nicho de seres que foram felizes para sempre'. A lavra de meus versos sempre nasceu da labuta, da astúcia do envolvimento e do conflito, da dificuldade, da saudade a devastar, dia-após-dia, o relicário do meu coração partido.

Nesse diapasão, já cheguei a pensar que um dos objetivos da escrita é instigar o leitor, fazendo-o revisitar conceitos e lugares silenciosos, onde seus passos não se arredam às bermas da lida e se dispõem a andar ao lado das mãos do escritor. Um esvoaçar sem roteiros definidos, onde a inspiração é a inquietude maior pela segurança do chão-de-dentro. 

Tento entender a vida, os seus andrajos e andores, as viagens pelo mundo e seus mistérios e para isso vivo a escrever. Não conseguirei jamais entender, mas tentar me dá um enorme contentamento. Além disso, sou um homem simples, em busca cada vez maior de mais simplicidade. Amo a seara da vida, os amigos, os filhos, a arte, minha casa, o alvorecer. Sou um amador da vida que Deus me deu de presente, um afortunado, ou, que se diga, em alto e bom tom, sem carecer de senha para ser cabotino, pois sou o homem mais rico, o mais feliz em andanças a ganhar o mundo. 

Viver é, para mim, uma dádiva, mesmo quando esbaforido. Eu gostaria que, na correria dos dias atuais, a gente pudesse se permitir, criar, uma completa e pequena seara de contemplação, um relicário de autocontemplação, de onde se pudesse ver melhor todas as coisas: com mais generosidade, mais otimismo, ânimo, dignidade, mais respeito, mais silêncio, mais vontade, bem-querer, afinco e prazer. Mais senso da própria dignidade, não importando idade, dinheiro, cor, posição, crença. Não importando nada disso. Afinal, a vida é um sagrado nicho de amor tecido a partir das viçosas e astutas vertentes da ousadia que nos faz destemidos e até em assanhar os pelos da venta! Zás! etc...

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