EU A VARZEAMO!
por João Maria Ludugero
Eu a varzeamo pelas Formas puras
Não somente ao Vapor de Zuquinha
E ao estio a um só tempo comburente
Não só em suas vertentes searas
Do Gravatá, Umbu, Riacho do Mel,
Mas do rio Joca ao Itapacurá
Das pitombas, pimentas malaguestas,
Cajus, castanhas e tantas temperanças...
Do açude do Calango aos Seixos,
Dos Lajedos à Lagoa Comprida,
Dos potáveis Ariscos ao Gado Bravo
Dos Ariscos às Novas Esperanças
Do açude do Calango à Lagoa Comprida...
Eu a varzeamo da forma mais pura
Não na feroz armação do mundo
Em olhar feito convite e fumaça
Não entre as coivaras da roça
Que a leva às batidas do relógio
Da igreja-matriz de São Pedro Apóstolo,
Eu a reconheço em forma alvorecida
Quando o sol da manhã varzeana
Entra pela porta
E toca seu rosto
Tal uma plêndida carícia
Toco seu corpo animado,
Sem as patas do encosto
E seu pescoço emerge afoito
Dos lençóis brancos estendidos
Pelas cercas da singela seara
Dos Ariscos de Virgílio Pedro,
Ou entre favos do mais doce cajá-manga
Do Maracujá de dona Melizinha...
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