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quarta-feira, 4 de fevereiro de 2015

EU SOU ESSE MENINO A QUEM A VIDA VARZEAMA, por João Maria Ludugero

 
EU SOU ESSE MENINO A QUEM A VIDA VARZEAMA,
por João Maria Ludugero

Eu sou esse menino a quem a chama inflama,
O que bem se recusa a essa coivara ao Vapor,
Em instrumentos de ida, na tentação da volta.
Todo horizonte é um vasto sopro de saudades:
Eu sou esse menino medonho a quem o brejo leva:
Já de horizontes libertado, mas ainda astuto bem-te-vizinho
Ou sanhaço só num destemido tô-fraco de galinha d'Angola,
Disposto pela Várzea de dona Onélia de Raimundo Rosa!

Se a Várzea sonhada é maior que a Lagoa Comprida vertente,
Dizei-me: não quereis ou não sabeis ser acordes de sonhos?
Eu sou esse menino levado da breca a quem o vento sopra
Pela seara dos Seixos aos meus olhos ventilados na tarde amena,
Pelo vão dos manjares que não me separam aos abraços do agreste.
Eu sou esse João maduro Ludugero a quem os ares ninam:
- Ainda sou livre, mas bem apanhado sempre me pego...
E, se preciso for, chego a assanhar até os pelos da venta,
Tão umbilicalmente varzeamado a correr dentro dos versos
Que invento a amor tecer as dores que transbordam em meus olhos d'água
Em razão da saudade da seara da inesquecível Madrinha Joaninha Mulato!

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