Autor: João Ludugero
Bem sabias, varzeaninha,
que eu viria aqui pra te ver
entoar aquela doce cantiga
que outrora um sabiá me ensinou.
só pra encantar luas meninas
mergulhadas no verde-musgo
do açude do Calango
E a gente se esquecia das horas
quando ia lá roubar estrelas cadentes,
sem receio das verrugas
que porventura viessem a aflorar
se alastrando pelos braços,
rótulas e joelhos desse menino verde
de olhar e coração que não envelhecem nunca
Na ilusão de voar, desconsidero Ícaro,
na invenção de amar, de novo, de sonhar alto,
arauto de renovadas esperanças
decolo sobre a floração da roça de mel
que plantei na minha Várzea,
enquanto a roda do tempo
vai moendo meus bagaços
nesse engenho de lembranças
Eu, menino velho peregrino,
sigo no desvão do vento moleque,
agarro-me no teu olhar-querubim,
refaço o passo, sem pena de mim,
só pra ganhar um bocadinho
da sua garapa de colibri,
provar do néctar dos deuses,
criar asas e avoar afim de chegar lá
perto do teu bebedouro colorido, menina caiana,
só pra purgar minha estranha dor,
mergulhando no melaço quente
da tua boca de céu aberto
Poeta João Ludogero, adorei achar seu site. De verdade, és merecedor de aplausos, pois trazes em teus poemas o saber sentir e dar vazão ao que teu coração aponta - encanto e uma simplicidade que tanto agrada aos nossos ouvidos e sentidos os mais diversos. Tua escrita soa bem, nem precisa de rima. E lhe digo mais, você deve ir longe. Acredite nos seus sonhos. "Não abandones as tuas ilusões. Sem elas podes continuar a existir, mas deixas de viver" (Mark Twain).
ResponderExcluirFortíssimo abraço,
Marina de Sena Barreto
UnB - Brasília.