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domingo, 19 de setembro de 2010

VAI UMA MANGA AÍ?




























Autor: João Maria Ludugero

Várzea, minha Várzea,
sabias que não chegaste a ver
que só tu tens olhos pra ver
o vento soprando sulcos na minha face
soprando sulcos na pele
cavando sulcos, que sulcos?

As rugas andaram riscando meu rosto
não com faca afiada
não com navalha fina
ao fazer a barba
não com raiva nem rancor

Só sei que o tempo riscou meu rosto
com calma, e eu não revidei
parei de pelejar com a esperança,
de lutar contra o tempo.
Ora ando exercendo VarzeAmar.
Com isso, acho que ganhei mais presença,
acho até que a vida anda passando
a mão na minha cabeça,
mas não é apenas para me fazer cafuné
ele manga de mim, mas como não sou bobo
cravo os dentes na saborosa manga da vida
A vida anda passando a mão em mim.
acho que a vida anda passando.
a vida anda passando.
acho que a fila anda.
a vida anda, sim.
acho que ainda há muita vida em mim.
a vida em mim anda passando

Acho que a lida anda passando
a mão no meu tempo;
e por falar em passar tempo,
quem será, além de mim mesmo,
que anda passando a perna em mim?
Não boto culpa no tempo, isso não!

Eu que tenho que me ver no espelho,
antes que a vida me passe a mão em partes
e eu venha a deixar por isso mesmo.
Longe de mim deixar passar em branco,
bom varzeano que sou, podes crer,
nunca que vou deixar assim ou assado,
não vou ficar a corar no tempo
com a maior cara de bunda!

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