Seguidores

quinta-feira, 30 de setembro de 2010

O ESTRELADO BEIJO DO CALANGO

















Léguas e léguas,
Na caminhada,
Já não acelero o passo
Não desisto
Não desespero

Piso satisfeito,
Embora descalço,
No sol a pino
Ainda pleno,
Molho meu rosto
No orvalho instantâneo
No mormaço
No Vapor que sobe
Da água parada
No fundo do poço

Eu calangueio no asfalto
Assim furto-me às dores
Enquanto o peito
Encontra seu destino
No cultivo de lembranças
No fim da tarde amena
Onde vem o vento soprar
Ressuscitar promessas
Que nos açoitam longe
Sem estribos nem rédeas
Muito além das margens
Do velho açude

E o pensamento voa longe
Se esvai com a tarde,
A vagar em fila
A andar pela Várzea
Até o sumidouro da luz
Que nos convida ao célere lusco-fusco,
Enquanto pirilampos fazem a festa
Na sombra que cai com as estrelas
Que brilham na cadência  da noite
Que se irradia incansável
No cérebro deste poeta,
Que ainda insiste em vadiar
A pegar carona,
Só pra se levantar
Com as estrelas
Que descem pra beijar o Calango

Nenhum comentário:

Postar um comentário