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domingo, 12 de setembro de 2010

MENINA VARZEANA À JANELA























Autor: João Maria Ludugero

Menina que estais à janela,
olhes o vento a soprar
olhes as duas palmeiras
com as suas palhas a dançar
como acenando um adeus,
ao badalar das horas
do relógio de São Pedro

E o tempo sem pressa
caçoa da gente a sorrir,
a desalinhar suas tranças
sob o dourado sol do agreste
da tarde amena da minha
pequena Várzea das acácias
que nina o Calango
que me nina acordado
que me inunda de saudades
que me ditou esse poema
só pra ti, menina varzeana,
que na tua caminhada de costume
prendes teu cabelo à lua
com uma tiara de prata

Enquanto eu ali sozinho, espero
na praça Kleberval Florêncio
na praça do encontro
procuro me achar, pois 
"é preciso amar as pessoas
como se não houvesse amanhã"...

Mas não me vou embora de lá,
sem levar uma prenda tua
sem levar uma prenda dela
que com a sua trança à lua
varzeaninha, estais à janela
a me serenar, a me ninar,
a me banhar no rio Joca

Varzeaninha que não me deixa
envelhecer o olhar nem o coração
ao abrir na minha vida
quase todas as cancelas,
sem esperar que lhe seja atirada
alguma moeda como paga ou troca

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