Autor: João Maria Ludugero
Lá na minha Várzea,
Caminhando no mato,
Aprimorei bastante visão e olfato,
Se por vezes até espetei o pé, de fato
Se vi inseto, cobra e lagarto,
Numa explosão de cores e perfumes,
Foi pra melhor te conhecer, minha terra,
Pra mergulhar fundo no teu verde-mundo, bem farto,
A me banhar no açude do Calango,
Que me furta-cores dos tempos difíceis
fazendo-me lembrar e sonhar além
do verde-musgo das águas.
Nas macambiras, cactáceas e gravatás
Veem-se sapos, tatus e preás
Na mata agreste pintassilgos e sabiás.
Alguns espinhos espetam muito,
Enquanto passarinhos cantam demais!
Mas o que mais me dói no peito
É a saudade que em mim se expande
Por estar tão longe do meu lugar,
E não mais sentir o cheiro do mato
Dos marmeleiros em flor,
Perfume que guardarei pra sempre
Só pra te sentir a ver de perto,
Minha doce Várzea das Acácias!
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