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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

TEMPO DE JACA


Já, queiras ou não queiras,
chega o dia em que, 
de mole, a jaca acaba caindo
bem aos pés da gente,
se espatifa toda: plaft!
E é bago pra todos os lados,
e é caroço pra todas as bandas.
Jaca mole, jaca dura,
Jaca madurinha no pé,
suspensa, vista pelo menino,
esperando boca que a queira,
ganhando sua cor verde vã.
Saca o moleque, à beira do rio Joca,
preferindo talvez cajá-manga,
faca amolada com esmero no lajedo. 
E o visgo da fruta a desafiar suas mãos.
Desconfiado, ele já cheira cá e acolá:
do pé à mão, da mão às narinas
alegra-se o menino traquinas e, já
e cá,  grava no quengo uma ideia
de usar a tal cola para dar maior atrito
e melhor aderência na subida 
do escorregadio pau-de-sebo.
O aroma da fruta que examina é tão doce
que o leva na manhã de domingo 
à feirinha-livre da Várzea 
para a jaca cumprir sua sina ao se achar 
e se perder entre balaios de pitombas, 
jacás de cajus, laranjas-cravos, graviolas 
e outros aromas da terra de Seu Nezinho.

3 comentários:

  1. Olá Ludugero!
    Tá lindo seu Blog!
    Ah como adorei ler "Tempo de Jaca" Lembrei de minha infência, onde eu ficava com as mão todas grudentas do visgo da jaca mole e saboreava com prazer, depois minha mãe tinha que passar querozene pra tirar o visgo e naturalmente lavava com sabonete cheiroso. Linda poesia! Parabéns pelo blog. Um abração da Rose Arouck

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    Respostas
    1. Obrigado, Rose pela visita e pelas palavras carinhosas. Volte sempre, sinta-se em casa!
      Abração,
      João Ludugero.

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    2. Obrigado, Rose pela visita e pelas palavras carinhosas. Volte sempre, sinta-se em casa!
      Abração,
      João Ludugero.

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