sempre renovada, mostrando-se ávida
mesmo depois de sobreviver as agruras do tempo
dentro das tormentas por que o coração passa
desde aneurismas às urdiduras cerzidas
pelas guerras e intempéries da lida
ainda assim (ela) serve para tudo
para me trazer louco e lúcido,
e mais um pouco cabe à carapuça,
inclusive eu já a fiz de remédio,
placebo estabilizador, indicação e bula.
A poesia toda prosa me arreda do tédio,
dá volta e meia na chave inteira
e desenferruja ferrolhos e trancas,
dá volta e meia na chave inteira
e desenferruja ferrolhos e trancas,
segura portas, abre cancelas e dispensas,
desnorteia, mas pode ser bússola e astrolábio.
Faz as vezes de achas ou gravetos para acender fogo,
é réstia de luz advinda da cumeeira a alumiar penumbras.
É motivo de lágrima ou sorriso de sobra, chegada e adeus.
Há quem a use para enxergar os dentros-pra-fora das cercas
do peito quando carece remendar suas quebras
ou juntar os cacos estilhaçados pelas janelas,
nos dias menos ensolarados e capengas.
Agora mesmo, eu a uso para divagar.
E assim acredito com todas as letras
que não vim ao mundo só a passeio.
Crio, recrio, recreio, não fico só de manjar
de longe o manejar dos fios do tear.
E assim vou me fiando ao tecer desafios,
que não vim ao mundo só a passeio.
Crio, recrio, recreio, não fico só de manjar
de longe o manejar dos fios do tear.
E assim vou me fiando ao tecer desafios,
alinhando-me no tecido da poesia!
É ela que me dá esse ânimo, esse fôlego
que me acende o pavio!
que me acende o pavio!
"E me vi entre essas teias a dedilhar cada palavra, degustando cada verso como se começo uma fruta doce e suculenta...Pois a cada linha lida é como se comessemos o poeta por inteiro!"
ResponderExcluirAdoro...demais e como sempre, nao resisto...desculpe!