Eis a mulher mais rica que conheci…
Criou meu pai e mais seis filhos dentro da Várzea,
Onde nasceu, casou duas vezes e cuidava da terra.
Ela valia por duas ou mais, dessas mulheres
Que enfrentam a lida sem medo do bicho-papão.
Era mais fácil ela papar o bicho,
Pois nunca teve medo de assombração.
Empunhando seu terço azul de contas e,
Com sua reza forte e rosário,
Ela tinha a força de Sansão, com fé
Botava cabresto até em lobisomem,
Se um lhe aparecesse pela frente a desafiá-la,
Oriundo dos caminhos dos espojadouros.
Coitado do lobisomem!
Ela não tinha medo disso, não.
Destemida, afiava o punhal nos dentes, se precisasse.
Minha avó tinha menos que um metro e sessenta,
Mas era de uma coragem sem tamanho.
Era dessas que nunca levam desaforo pra casa,
Partisse de quem fosse, não media esforços,
Quando se pensava em plantar o milho,
Ela já estava com o fubá pronto há muito tempo!
Passei minha infância a brincar em sua casa,
Feito um borrego solto no sítio,
Debaixo das goiabeiras e dos pés de caju.
Debaixo das goiabeiras e dos pés de caju.
Admirava seu gosto de meter a mão na terra:
Ela gostava de cultivar algodão,
Feijão, milho e mandioca.
Feijão, milho e mandioca.
Nem precisava muito de dinheiro.
Ela tinha mais que isso: guardava sementes,
Trazia a mesa sempre farta.
Se um dia alguém fizer com que se quebre
ResponderExcluir a visão bonita que você tem de si,
com muita paciência e amor reconstrua-a.
Assim como o artesão recupera
a sua peça mais valiosa que caiu no chão,
sem duvidar de que aquela
é a tarefa mais importante,
você é a sua criação mais valiosa.
Não olhe para trás.
Não olhe para os lados.
Olhe somente para dentro,
para bem dentro de você e faça dali
o seu lugar de descanso,
conforto e recomposição.
Crie este universo agradável para si
e seja feliz.
A.D
PARABÉNS!!
ADOREI OQ UE VI AQUI
João Ludugero,
ResponderExcluirHouve um tempo em que achava que homem não sabia fazer poesia. Ledo engano, além de existir gigantes poetas homens, há poesias tão maravilhosamente grandes, até mesmo quando brotam assim da terra: tu és único,ó menino lindo! Tua poesia é por demais iluminada. É chama perene, é amor em palavras benditas!
PARABÉNS! Belíssimo e teu coração! Abraço,
Nora Evangelista Mattos Cerqueira,
Roteirista cinematográfica.
E deves continuar; para além de "lavrares" muito bem, o teu poema de hoje trouxe-me recordações...muito boas!
ResponderExcluirUm Abraço Amigo
Quanto orgulho.Existem poucas mulheres assim hoje em dia.
ResponderExcluirAbraços. Edna.
E cada vez cavas mais fundo. Um belo revolver. Cheira-se e sente-se:)
ResponderExcluirUma bela homenagem à uma mulher forte. Um abraço, Yayá.
ResponderExcluirE finisco per arare poesie...che bella questa frase.
ResponderExcluirTua nonna era davvero una grande, amava la terra, ma questo suo amore ha lascito tracce dentro di te
Tracce d'amore.
Buona domenica.
Quem puxa aos seus não degenera...Bom dia amigo Ludu foi uma semana difícil e cansativa, mas vai piorar, mas aproveitando (ou tentando aproveitar) o domingo vim te te deixar uma beijoka estalada e oferecer os dois selos da postagem de ontem da Ilha e convidar a participar da campanha FAÇA A SEREIA SORRIR (isto é eu kkkkk) o selo da campanha está na gadget a direita abaixo de PARTICIPO. Que teu dia seja cheio de surpresas (boas) e tua semana de paz e harmonia....
ResponderExcluirBom dia amigo,as avós de antigamente tinham esta força,e você aprendeu com ela a lavrar as terras das letras e das palavras trazendo sempre uma bela colheita,que nós,seus amigos não nos cansamos de desfrutar.
ResponderExcluirBelo amanhecer de domingo,amigo João.E,hoje,amanheci falando de outro João,dê uma olhada no SONHOS E ENCANTOS.
Bjssssss,Leninha
Este es un homenaje precioso, con palabras lindas endulzas lo que la fotografía transmite
ResponderExcluirSaludos
A sua avó Dalila deve ter tido mesmo a força de Sansão...uma heroína da terra! Tive o prazer de conhecer algumas dessas mulheres, cuja força vai além de porte físico e estatura, que misturam-se a barro e terra, fruto e semente, sombras e quintais.
ResponderExcluirPostei lá no meu Pote o poema de Adriano, cuja obra tomei conhecimento recentemente. Passou por cima de suas adversidades, entre elas a tetraplegia, para viver a poesia da vida. Nos dê a honra da sua visita, João!
Beijo!
a essência sempre.. a família!
ResponderExcluirmuito lindo Ludugero.
beijos e boa semana.
Linda poesai em homenagem a sua vovo.
ResponderExcluirVc escreve lindamente, senti aqui toda sua admiracao e orgulho desta grande guerreira.
bj
ma
Saludos utópicos y gracias por la visita, Irma.-
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