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quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

DE GATO, SAPATO E GUIZO

Faça-me de gato e sapato,
Abuse de manhas e artimanhas,
me afague, me atire na parede,
bole seu jogo favorito, sua alegoria.
Não me acanho em rolar
deitado, ser sua bola oito,
ser lançado da cama ao infinito.
Careço gastar minhas vidas
em algaravia, de súbito,
voraz deleitar-me 
no teu peito sem atrito
ao cair de pé, de quatro,
ego desarmado e tal,
de pires na mão, suplico,
só pra chegar ao prato do dia.
Acabo gato escaldado
de barriga cheia, miando por mais,
bem apanhado a agitar meu guizo,
emaranhado em teus novelos,
alcanço o telhado, o teto a céu aberto
ou lá aonde judas perdeu as botas
e, zás! estou pronto de novo,
amoldado à passagem do escuro,
tenho as chaves do instante 
só pra queimar outra vida,
que se me abre em sóis
depois de muitas luas,  fôlegos  
e a porta luminosa do porvir - 
afinal tenho sete, 
até perder o soneto e o juízo!

11 comentários:

  1. Toujours d'aussi jolis mots...
    gros bisous

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  2. Simone da Casa da Poesia disse:
    Gostei do poema,
    bem bonito! Bjoss XD
    Simone

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  3. João Cláudio Damasceno Brasil12 de janeiro de 2012 às 12:20

    Prezado João Ludugero,
    És um grande poeta. A metáfora em si dignificou o esplendor do seu texto, leve, singelo e intenso. A diversidade ocular e a perspicácia sustentam e dão esteio e empenho poético à excelência do texto.
    Um grande parabéns pelo inspirador poema.
    Abraços,
    João Cláudio Damasceno Brasil,
    Escritor.

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  4. Jandira Suely Alencar12 de janeiro de 2012 às 12:23

    Fantástico! Amei de paixão seu poema e tudo que li e reli no seu blog. Que maravilha:
    "e, zás! estou pronto de novo,
    amoldado à passagem do escuro,
    tenho as chaves do instante
    só pra queimar outra vida,
    que se me abre em sóis
    depois de muitas luas, fôlegos
    e a porta luminosa do porvir -
    afinal tenho sete,
    até perder o soneto e o juízo!"

    Mega abraço,
    Jandira Suely Alencar,
    Psicopedagoga - BH.

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  5. Sim, caro poeta Ludugero, tua poesia é da melhor estirpe. Muito, muito bom o seu texto e o tema apaixonante. Parabéns!
    J. A. Barbosa de Medeiros
    Sou teu fã, e agora que descobri seu site, estarei aqui todos os dias para te ler e aprender mais com tua forma fascinante de fazer poesia.
    Abraço.

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  6. Que delícia que é a sua poesia! Nossa, como podes escrever assim de uma forma tão cativante, que nos prende, nos enleva e nos faz viajar com tuas letras bem-ditas! Adorei seu poema. Que gostoso:

    "Faça-me de gato e sapato,
    Abuse de manhas e artimanhas,
    me afague, me atire na parede,
    bole seu jogo favorito, sua alegoria.
    Não me acanho em rolar
    deitado, ser sua bola oito,
    ser lançado da cama ao infinito."

    Sensacional! Amei, muito. PARABÉNS!
    Belíssimo o seu blog. Já te sigo. Até mais!
    Eudália Bernardino Alves,
    Brasília-DF.

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  7. Mila Vargas disse:
    Realmente, escrever é teu dom em potencial. Gosto de como tu sabes muito bem poetizar, gato!
    Parabéns!
    Mila Enir Vargas Lopes

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  8. Que beleza de texto!
    Formidável, lindo, intenso.
    Apaixonei pelo teu excelente blog.
    Abraços. Já te sigo, com alegria.
    Socorro Mathias

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  9. Neide Coimbra disse:
    Sexta-feira 13! Muita sorte, Gatão!
    Lindo poema! Beijaço.
    Neide Coimbra

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  10. Que barato!
    Aqui um dos melhores blogs que li ultimamente!
    Muito bom e com poemas belíssimos, forte e intensos!
    Amei de paixão! Mega abraço.
    Já estou te seguindo, com muita alegria de ter descoberto este site de poesias tão encantadoras. Até mais! Bom fim de semana!
    Carla Menescal Farias.

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  11. Mirna Hernández Blanco Pío Smith Ferragnolli13 de janeiro de 2012 às 11:21

    Hola, querido poeta João Ludugero,
    Muchas gracias y buena salud!
    Me encantó tu poema.
    Hermoso texto, me permito traducir mi español:
    Por lo tanto, sería:

    "Hazme gato y zapato
    El abuso de trucos y artimañas,
    me abrazo, me tiro en la pared,
    bole su juego favorito, su alegoría.
    No soy tímido a la hora de laminación
    acostado, se la bola ocho,
    ser liberado de la cama hasta el infinito.
    Me falta pasar mi vida
    en un galimatías de repente
    me deleite voraz
    sin fricciones en el pecho
    para colgar, cuatro,
    yo desarmado y como
    platillo en la mano, ruego,
    sólo para obtener el plato del día.
    Acabo de gato escaldado
    con el estómago lleno, maullando por más,
    capturados y sacudir mi sonaja,
    enredado en sus bolas,
    alcanzar el techo, el techo abierto
    o allí donde Judas perdió las botas
    y, ¡zas! estoy listo de nuevo
    forma el paso de la oscuridad,
    Y tengo las llaves de la instantánea
    sólo para quemar otra vida,
    lo abro en soles
    después de muchas lunas, las respiraciones
    la luz y la puerta del futuro -
    He pasado siete años,
    el soneto e incluso perder la cabeza! "

    Abrazos!
    Mirna Hernández Blanco Pío Smith Ferragnolli
    Oviedo - España

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