Hoje tive um surto,
sem carecer de quebrar nada,
cortar impulsos nem os pulsos
ou desafiar camisas-de-força à exaustão,
um desses que vão fundo ao extremo da alma,
dão choque e ficam evidentes à flor da pele,
que dão comichão desde o couro cabeludo,
que viram poesia pelos poros, pele, carne e osso,
que viram do avesso, inspiram ideias
piram e transpiram de senso a suores,
numa vontade danada de cometer versos,
vicejar ou enlouquecer de vez
até atingir o ápice da lucidez
que insiste sem delongas ou tréguas
a me fazer ter/ser poemas.
Ciente me consinto a curtir esse surto,
onde me deparo sem me estranhar, de pronto,
boquiaberto, a mostrar os dentes,
de cara com tudo que pulsa na alma
em transe diante do espelho,
não me enlevo a mais turbar a mente
em face do impermanente estado
que só me retrata num curto espaço
entre o eu moldado e a massa.
E de tal modo, acabo a rutilar
por me achar bonito poeta,
sem a pecha de cabotino,
arteiro ou traquina,
de cabeça feita
num surto de repente,
munido de eiras e beiras,
sem precisar de rimas.
sem carecer de quebrar nada,
cortar impulsos nem os pulsos
ou desafiar camisas-de-força à exaustão,
um desses que vão fundo ao extremo da alma,
dão choque e ficam evidentes à flor da pele,
que dão comichão desde o couro cabeludo,
que viram poesia pelos poros, pele, carne e osso,
que viram do avesso, inspiram ideias
piram e transpiram de senso a suores,
numa vontade danada de cometer versos,
vicejar ou enlouquecer de vez
até atingir o ápice da lucidez
que insiste sem delongas ou tréguas
a me fazer ter/ser poemas.
Ciente me consinto a curtir esse surto,
onde me deparo sem me estranhar, de pronto,
boquiaberto, a mostrar os dentes,
de cara com tudo que pulsa na alma
em transe diante do espelho,
não me enlevo a mais turbar a mente
em face do impermanente estado
que só me retrata num curto espaço
entre o eu moldado e a massa.
E de tal modo, acabo a rutilar
por me achar bonito poeta,
sem a pecha de cabotino,
arteiro ou traquina,
de cabeça feita
num surto de repente,
munido de eiras e beiras,
sem precisar de rimas.
Un bon verre de lait de chèvre et tout ira mieux...
ResponderExcluirGros bisous
Olá, poeta Ludugero,
ResponderExcluirBoa tarde!
Que coisa boa poder entrar aqui no seu sítio, no sentido mais aconchegante que essa palavra possui... Ainda mais por ser um espaço gostoso onde a gente bebe palavras quentes para assim aquecer o frio que por vezes nos distancia da beleza.
Belíssimo poema!
Que surto sensacional.
Abraço,
Vander Luiz Bragança.
João Ludugero, um grande poeta.
ResponderExcluirE que belo blog que possuis! Respeito tanto esses pequenos templos!
Que essas casas que construímos, repletas de poesia e questionamentos sirvam para abrigar almas inquietas que precisam de acalanto e aconchego.
Lindo o seu espaço, lindos os seus pensamentos.
Te seguirei. Abraços.
Deusdeth Lear Monteiro.
Bruno Gaspari
ResponderExcluirda Casa da Poesia disse:
Amigo e poeta João Maria, tua poesia de versos impactantes nos leva do sorriso de identificação com algumas reflexões ao alívio da não identificação de outras rs... Ou seja, tua poesia instiga ao mesmo tempo que transgride e vira o certo pelo avesso e o avesso pelo certo rsrs ao menos é assim que eu a sinto, curto e te admiro por escrevê-la sempre com tanta autenticidade. Parabéns! Abraço
Bruno Gaspari
Que beleza:
ResponderExcluir"Hoje tive um surto,
sem carecer de quebrar nada,
cortar impulsos nem os pulsos
ou desafiar camisas-de-força à exaustão,
um desses que vão fundo ao extremo da alma,
dão choque e ficam evidentes à flor da pele,
que dão comichão desde o couro cabeludo,
que viram poesia pelos poros, pele, carne e osso,
que viram do avesso, inspiram ideias
piram e transpiram de senso a suores,
numa vontade danada de cometer versos".
Muito dez!!!! Belíssimo poema. Parabéns!
Cícero Heitor Dantas.
É lindo o teu jeito de poetizar:
ResponderExcluir"vicejar ou enlouquecer de vez
até atingir o ápice da lucidez
que insiste sem delongas ou tréguas
a me fazer ter/ser poemas."
Muito lindo. Como sempre, uma maravilha em versos de muita reflexão. Abraços,
Magna Helena Cunha,
UnB - Brasília-DF.
João Ludugero,
ResponderExcluirÉ mesmo fantástico teu modo de fazer poesia. Parabéns! Grande poeta!
Nice Valadares Fuína