autor: João Ludugero
no meu poema
existe um verso em branco e sem parâmetros,
um corpo que respira a céu aberto,
janela debruçada para a vida
para quem quer viver mais,
sem paradigmas
no meu poema existe
no meu poema existe
a dor calada lá no fundo, insiste
o passo da coragem em casa escura
e, aberta, uma varanda para o mundo,
uma luz no fim do túnel sempre resta
o passo da coragem em casa escura
e, aberta, uma varanda para o mundo,
uma luz no fim do túnel sempre resta
existe a noite, o descanso do guerreiro,
o riso e a voz refeita à luz do dia,
a festa da Senhora da Piedade
existe o refúgio de Seu Olival,
o retiro que afugenta o cansaço
do corpo que adormece no colo
do corpo que adormece no colo
da minha inesquecível mãe Maria,
estrela da manhã da minha vida
existe um rio Joca e suas cacimbas
de águas salobras e cristalinas,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste, não esmorece não se prostra
se levanta e vence a batalha
mas não adormece no ponto
existe um rio Joca e suas cacimbas
de águas salobras e cristalinas,
a sina de quem nasce fraco ou forte,
o risco, a raiva e a luta de quem cai
ou que resiste, não esmorece não se prostra
se levanta e vence a batalha
mas não adormece no ponto
que luta em obter o êxito antes da sorte
que não espera de braços cruzados
que vai à luta sem trégua
que não espera o manjar cair do céu
no meu poema
existe o signo da mulher-coragem,
a força de Gabriela Pontes,
intermédio entre o grito e o eco da esperança
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos
de quem ainda acredita
no meu poema
existe um corajoso menino varzeano,
a rua e o beco que levam à praça do encontro
e um Antonio Lunga a vender seus caranguejos
no meu poema
existe um coração vertente
que vai à luta sem trégua
que não espera o manjar cair do céu
no meu poema
existe o signo da mulher-coragem,
a força de Gabriela Pontes,
intermédio entre o grito e o eco da esperança
a dor que sei de cor mas não recito
e os sonhos inquietos
de quem ainda acredita
no meu poema
existe um corajoso menino varzeano,
a rua e o beco que levam à praça do encontro
e um Antonio Lunga a vender seus caranguejos
no meu poema
existe um coração vertente
de renovadas esperanças
existe um Itapacurá
de esperanças acesas no interior
de esperanças acesas no interior
da minha Várzea das Acácias,
que unem bacuraus e corujões,
que derruba o existente muro,
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro!
existe tudo o mais que ainda escapa
e um verso em branco à espera de futuro!
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