autor: João Ludugero
Meu poema
é um poema assim
um poema-crisálida
feito de palavras
recém-saídas do casulo
um poema como borboleta
que vive a segunda vida
que se mexe em estágios
alando o autor
libertando-o, assim
metálico-dourando suas asas
pra sair do marasmo-segmento
onde poucos se movem
ou não o fazem
simplesmente
por desamor à lida
quiçá por "che paura!"
ah, meu coração,
mesmo com sua aorta insuficiente,
como vou voar até lá
sem ficar preso em sua crisálida
diga-me como, mesmo encarcerado,
gerar seres alado, preciso descobrir
como abrir seu cofre de seda
e revigorar antigas esperanças?
ah, meu coração
não me poupe da beleza
ainda é cedo. sou um ser que sente
careço do que mesmo
para fazer o voo rasante,
se o caminho me chama
se vejo adiante uma estrada
um novo ponto de partida luminoso e transparente,
que me chama a agarrar com toda força em suas tranças
e fazer gangorra no balanço da vida?
entretanto, observo versos vertentes
em seu rastro áureo de inquietudes
que inseminam pupas
que multiplicam borboletas
que dão cor ao unir
versos e mar,
mar e poses, casas e casulos
universo de ovos, larvas, livros
as borboletas sempre voltam
borboletas são eternas?
eu aqui de novo, demente?
só sei que querendo dar novo sentido à vida
reencarnado em pó
pólen, palavras
coração na mão
exposto em poemas
Várzea... que todos possam ver um pouco dessa terra que é linda e tem uma diversidade enorme. Saudades de lá, da nossa gente tão bonita de viver e tão hospitaleira. Que beleza de Blog, oh poeta da Várzea. Adoro toda sua poesia. Parabéns! Valeu!
ResponderExcluirAbs,
Paulo