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segunda-feira, 10 de maio de 2010

OLHOS D'ÁGUA

autor: João Ludugero 

e aquelas palavras minhas,
assim feito sementes jogadas ao chão
brotaram ávidas de esperanças novas
e o solo da vargem se encheu de verde
soterrando a tristeza do estio

meus versos plantaram ali palavras-desejo
dessas que proliferam alegria aos tufos,
após a travessia de instantes sombrios
quando mostram a cara feliz 
da burrinha da felicidade
que sempre chega à vereda 
do pretendido destino

no fundo daquela vargem,
da velha vargem,
quase arrastada pela enxurrada
quase se esvaindo pelos bueiros
pelas cercas, esteios
e seios,
resta uma flor
a flor que vingou 
e enfrenta toda corrente salobra
da saudade que escorre 
no leito do rio Joca

que das tuas lágrimas debulhadas
dos teus vertentes veios,
venhas brotar em sementes
de amor que não morre nunca
e que a partir dos meus olhos ermos 
eu pinte um quadro 
do mais lindo cartão postal 
da minha Várzea das Acácias,
tingindo de azul a matriz de São Pedro,
duas palmeiras e um tempo bom
tempo do sorriso mais que perfeito 
da paz verdadeira,
tudo estampado 
no vestido azul de algodão
de dona Maria de seu Odilon,
com seu maternal carinho! 

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