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sábado, 15 de maio de 2010

DE CORAÇÃO NOVO

autor: João Ludugero

eu abrirei meu coração
não para um transplante
não para ficar longe de ti
ou esquecer-te
não para diluir o mundo que fizemos
não para ficar perdido noite adentro
mas para amanhecer
para ter uma cabeça de pensar sadio
para amanhecer mais que o dia
sem que a noite venha envenenar-me sem ti
vou anestesiar meus sentidos
vou acordar do sono e da paúra
que ora envolve minha alma
meu espírito não se segura em mim
meu corpo vaga pela cidade
quase alheio a tudo
apesar das luzes das vitrines
não sei esconder esse voraz desejo
que se esconde no meu coração
mas não me deixo apegar
preciso ter a porta aberta
quando acordar quero
dar novo sentido ao que sinto
quero pisar no chão,
fugir do movediço
mole e desfeito,
careço começar de novo do zero
e com a mesma pessoa receber o sol
cabeça aberta, amanhecer e acordar mais que a manhã
sem medo de ser feliz, sem culpa e com zelo

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