autor: João Ludugero
na minha Várzea
ainda se pode sonhar
contar as estelas
que despencam no azul
do céu dos teus olhos azuis
eu aproveito o ensejo
para tecer meus três pedidos
com afinco
com toda fé
certo de que não importa
chuvas torrenciais ou estio
porque ainda sopram ventos
que serenam nas tardes do Calango
direto no meu rosto
exposto a brisas ligeiras
e cantos breves de bem-te-vis
sóis brotam ávidos
de dentro do meu peito
e nascem girassóis
no céu da minha boca
correm nas minhas veias
lágrimas de sal e mel
vindas do coração
que explode em versos
sou poeta varzeano e canto
a canção dos aflitos
que não sabem cantar
rebrotam esperança
em rios de águas salobras
em riachos do mel
e palavras florescem
em esperanças renovadas
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