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quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

VÁRZEA: UM CORAÇÃO VERTENTE DE AMORES

VÁRZEA:UM CORAÇÃO VERTENTE DE AMORES

Autor: João Maria Ludugero.


Sou filho de Várzea
Sou rio efêmero, de secas e enchentes, de cheias
Sou riacho de águas revoltas a caminho do Vapor
Sou Vertente de fé e coragem, sou olho d'água
Sou veio de água salobra que me conduz
a pontos raramente atingidos na terra da Poesia,
Minha Várzea das Acácias!


Meu itinerário parte de um coração desmedido
Numa mínima estrada que é um caminho de terra, pó e poeira
De seixos atirados em curtos poemas, de súbito,
Meu sol brilha em toda Vargem, para todos,extenso e amarelo,
Trilha inteiro ariscos a dentro,
A céu aberto refletido no espelho d'água
Do açude do Calango.


Na cheia o rio Joca invade a vargem,
Enquanto meu Calango sangra e escorre rumo ao rio
Enquanto cabras pastam ali, berrantes e belas.
Enquanto manhãs se precipitam, sem queixa,
A tanger o gado bravo em manadas lustrosas,
Eu corro pelos campos com meus versos afoitos,
Eu vou com o vento a expulsar a aridez das flores.


Eu não deixo a felicidade se esconder nem dali se arretirar
Eu afasto as tristezas, ao compor uma canção que atira longe os males
E com versos simples traço nos vãos mais secretos do meu íntimo
Minha poesia brava e calma, que segura, firme e sem trégua
Essa dádiva que é ser varzeano, essa leva de beleza
Esse plantio dos sonhos na tão sonhada Várzea.
Estes são os frutos da colheita, meus poemas,
Eis aqui minha paixão mediante palavras e sentimentos,
Tudo soa em poesia da mais pura essência.

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