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sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

CANDEIA DE TODAS AS HORAS

CANDEIA DE TODAS AS HORAS


Autor: João Maria Ludugero.


Sinto teu olhar a me acompanhar
Mesmo não estando em tua presença
O teu olhar entra na minha vida
E me cobra coisas que não vivemos
Ele vaga pelo silêncio de agora
Ele só insiste e não quer afastar a ferrugem
Que corrói a catraca das horas.


Já se foi o tempo, bem sabemos.
E ainda assim me persegue o teu olhar
Mas não me lamento nem choro mais o leite derramado
A vida tem dessas cores, é tudo aprendizado
Cada obstáculo, cada pedra, cada espinho
Fez-me acreditar mais em mim, recomeçar
Sem olhar para trás, pois se isso acontece
Deixa marcada uma promessa.


Em sendo assim, chega de saudade!
Vou sacudir a poeira, o pó das coisas de outrora.
Não fica bem chorar o que já foi sepultado
Vez ou outra vou recordar a face tua,
Mas já pálida,ingênua,fria e nua.
Inteiramente fora do alcance da minha mão.
Lembre-se que o vento nos levou pra longe de nós.


Agora há outros olhos sonhadores,olhos de luz
Que me seguem dentro da luz
que ora me alumia, feito dois sóis.
Eu sinto uma realidade à toda prova,concreta,
Que me faz chegar ao céu com os pés no chão
E há tanta luz além das luzes da cidade
Que nunca mais senti medo de escuro, de fato.


Porque tenho comigo uma nova candeia, perene
Que iluminou de vez as minhas esperanças.
Aprendi a perdoar e dei a volta por cima.
Isso me basta, e assim sigo o meu destino,
Sou Varzeano, homem feito, mas com um coração de menino.
Sou feliz.o que mais posso querer da vida?

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