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terça-feira, 25 de novembro de 2014

VÁRZEA-RN: UM BALAIO DE ARRIBADAS ESPERANÇAS, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 


VÁRZEA-RN: UM BALAIO DE ARRIBADAS ESPERANÇAS,

por João Maria Ludugero

Eu quero desenhar meus próprios pés
na areia do rio Joca, que banha a Várzea das Acácias.
Eu quero ganhar o mundo em esperanças renovadas,
arribar minhas asas além do Vapor de Zuquinha,
seguir das quatro bocas em diante,
chegar aos Seixos, ao Maracujá, aos Umbus,
ao Itapacurá da casa-de-farinha de tio João Pequeno,
diminuir meus longes acordes da seara de Ângelo Bezerra
e chegar mais perto da terra dos Caicos,
da inesquecível Maria de Franco, de Biga de Ana do Rego,
de dona Zidora Paulino, das soldas, raivas e carrapichos
de dona Carmozina, do bolo-preto de Marinam de Lica,
dos torresmos suínos de dona Rosa de Antonio Ventinha,
da rezadeira Ana Moita que afasta os quebrantos, os encostos,
as ziquiziras, dores-de-dente, ínguas e espinhelas caídas…
Porque todo o resto que eu faço na vida está vinculado
ao meu chão-de-dentro, a minha Várzea das Acácias
de Severino 'Silva Florêncio' Sobrinho...

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