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domingo, 16 de novembro de 2014

VARZEANIDADE, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
  
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
VARZEANIDADE,
por João Maria Ludugero

O varzeano é como um fruto

que oculta em si a varzeanidade como semente.
Essa semente encontra-se em seu coração 
de menino levado da breca
ou num magote de medonhos cabras-da-peste 
afoitos sem medo da cuca,
a papar seus jerimuns, beijus, raivas, soldas, 
carrapichos, brotes, tapiocas,babaus de batata-doce, 
grudes de coco, línguas-de-sogra 
e se deliciar com doces-de-caju, 
quebra-queixos, xibius, cocadas 
e papos-de-anjo, além dos peitos-de-moça, 
sem morrer à míngua.
Mas se precisar, não não escapole 
da peleja e chega
a assanhar até mesmo os pelos da venta!
Sua designação potiguar em astúcia 
é flor-de-mulungu ao arrebol
a alaranjar a tarde amena 
da seara de São Pedro Apóstolo.
Essa semente é o ponto de contato 
com a força do ânimo
que só eleva a sua varzeanidade.

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