VARZEANIDADE,
por João Maria Ludugero
por João Maria Ludugero
O varzeano é como um fruto
que oculta em si a varzeanidade como semente.
Essa semente encontra-se em seu coração
de menino levado da breca
ou num magote de medonhos cabras-da-peste
afoitos sem medo da cuca,
a papar seus jerimuns, beijus, raivas, soldas,
carrapichos, brotes, tapiocas,babaus de batata-doce,
grudes de coco, línguas-de-sogra
e se deliciar com doces-de-caju,
quebra-queixos, xibius, cocadas
e papos-de-anjo, além dos peitos-de-moça,
sem morrer à míngua.
Mas se precisar, não não escapole
da peleja e chega
a assanhar até mesmo os pelos da venta!
Sua designação potiguar em astúcia
é flor-de-mulungu ao arrebol
a alaranjar a tarde amena
da seara de São Pedro Apóstolo.
Essa semente é o ponto de contato
com a força do ânimo
que só eleva a sua varzeanidade.
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