POESIA DA VÁRZEA DO AGRESTE VERDE, por João Maria Ludugero.

      POESIA DA VÁRZEA DO AGRESTE VERDE,

por João Maria Ludugero

Eu sou João Ludugero, 

Maduro e ainda tão menino,

Eu sou mesmo levado da breca

Estou ainda sendo feito

A correr dentro e alto

Sem carecer de ser cabotino,

E por ter muito defeito ao léu

Vivo em constante evolução

Sou raro efeito construtivo

E bem me apanho em causa

E a respeito da semente

Germinada que me fez fruto,

Desfruto não só de manjar astuto,

Na mais ávida condição de ser poeta.

Em noites de céu estrelado

Logo acho a estrela Dalva

A me desenhar outras estrelas tantas

Pelo chão-de-dentro da Várzea das Acácias...

E quando a tristeza agoniza pelas bermas da lida,

Eu peço pra o Supremo Arquiteto do Firmamento

E tão logo Deus vem me dar sua mão!

De fato, sou cantigueiro de tantas luas ensolaradas

Sou poeta, eu sou seresteiro e medonho

Com a palavra, amor primeiro me esbanjo

Vou rabiscando o coração partido com ânimo,

Disposto, com os olhos marejados de saudades,

Vou pela rua grande além das quatro-bocas,

Minha alma às vezes nua na rua da pedra,

De sentinela, pede ao tempo das estrelas,

A ponta do seu realce e elas me dão também verrugas nos joelhos,

Depois de efetuar os três pedidos, depois da prova dos noves fora!

Daí, então, ganho o mundo, passo a passo,...

Cruzo outras estradas, num segundo ao vento,

Canteiro imenso, vasto e tão fundo rebento

Todo amparado em meu olhar de menino-colibri,

Em asas de sanhaço só, retirante bem-te-vizinho ou ave de arribação,

Sou afluente ao desvario semelhante ao rio Joca até à ternura que adocica

O Riacho do Mel, entre tantos cajás, canas-caianas, cajus, mangas e outra

Fartura de delícias a bem dotar a Várzea do agreste verde de Ângelo Bezerra.

Se me barram, logo me aprofundo além do Maracujá, da Forma

E dos Umbus depois dos potáveis Ariscos de Virgílio Pedro,

Depois vou buscar outra corrente além do riacho da Cruz,

Pelos arredores em renovadas esperanças além da seara do Itapacurá,

Lugar aonde eu passo a assanhar até mesmo todos os pelos da venta!