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terça-feira, 18 de novembro de 2014

VARZEANIDADE II, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
VARZEANIDADE II,
por João Maria Ludugero

Então, 
num acorde 
de sonho, 
Deus me disse:
-Menino João maduro, 
nada lhe posso dar
que já não exista 
em você mesmo, poeta!
Não posso abrir-lhe outro mundo de varzeamares,
A correr dentro e alto, sem que assanhes até os pelos da venta,
Além daquele que há em sua própria alma nunca esbaforida.
Nada lhe posso dar a não ser a varzeanidade de escrever,
Sem medo da cuca ou a astuta necessidade de querer ser cabotino,
Fazer versos oportunos, com todo o impulso, sem morrer à míngua.
Eu lhe darei a chave das trilhas 
da seara de São Pedro Apóstolo,
Eu o ajudarei a tornar visível 
a sua própria Várzea, e isso é tudo.

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