VARZEANIDADE II,
por João Maria Ludugero
Então,
num acorde
de sonho,
Deus me disse:
-Menino João maduro,
nada lhe posso dar
que já não exista
em você mesmo, poeta!
Não posso abrir-lhe outro mundo de varzeamares,
A correr dentro e alto, sem que assanhes até os pelos da venta,
Além daquele que há em sua própria alma nunca esbaforida.
Nada lhe posso dar a não ser a varzeanidade de escrever,
Sem medo da cuca ou a astuta necessidade de querer ser cabotino,
Fazer versos oportunos, com todo o impulso, sem morrer à míngua.
Eu lhe darei a chave das trilhas
da seara de São Pedro Apóstolo,
Eu o ajudarei a tornar visível
a sua própria Várzea, e isso é tudo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário