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domingo, 2 de novembro de 2014

ERRO MEU NUM 'MALEDETO' CASO DE AMOR, por João Maria Ludugero

 
 
 
 
 
 
 
ERRO MEU NUM 'MALEDETO' CASO DE AMOR,
por João Maria Ludugero

Sem rumo andei por muito tempo, a correr dentro,
No alçapão, na gaiola e no fojo de muitas prisões;
Depois de tantas luas, depois de tantos sóis,
Durante muito tempo busquei na praça do encontro
O construtor destas minguantes celas.

Em muitas esbaforidas encarnações
Lutei pela luz do pleno habite-se do amor,
Em vão busquei a ilusão da astuta morada
Na procura de descobrir a fonte da erva-daninha
De onde provinha o assanhado enfado da existência.

Mas agora te reconheço, maledeto,
E me presto a amortecer as dores!
Já não careces mais construir
Para mim a casa da estricnina.
Sim, o erro bem-bolado se desfez de uma vez
E todas as correntes do sofrimento ganharam zás!
Assim se romperam, ao se quebar o pote da fantasia...

Pelas bermas do desencanto ao desvario
Nem mesmo o nicho da tua casa existe mais;
Ela não passava de uma esboço vão em ruínas
De minha própria pessoa em perdidas garatujas.

Estou liberto das teias-de-aranhas da perdição
E agora vou em paz sem mais santas peçonhas
Rumo à plena realização, a partir de outro coração,
Encontrei a melhor parte de mim: o amor-próprio!




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