AMOR/TECE/DORES,
por João Maria Ludugero
Quando eu me for embora, levarei comigo
As nossas madrugadas e as luas bonitas
Que prateavam o céu do caminho de volta pra casa,
Como quem moldava de euforias o coração,
Por hora partido, sempre em saudoso sentido.
Das nossas ocasiões não esqueço,
Do prato do dia, do café gostoso, das regalias
Do pão suado na manteiga, dos chás
Dos sabores da lida a contento,
De assanhar até os pelos da venta!
Quando eu me for embora,
Também não esquecerei dos luares
Que percorri, envolto em ti,
Sem precisar de leito.
Assim amei, com afinco,
E bem como fui amado,
Depois de tantos sóis,
Depois de tantas praias,
Depois de tantos alvoreceres,
Depois de tantas viagens e festanças,
Por tantos lugares com tanta bagagem
E acordes de sonhos
Depois de tantas luas!
Mais tarde, pouco mais, hei-de recordar daquilo que não fiz.
Mas quando eu me for embora, é porque amor/teci, cá dentro,
Por não saber cuidar de ti, terno amor-perfeito.
Adeus-se, mas não se escafedeu o que vivemos!
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