Muitas vezes
eu tenho a impressão
de que algumas alegrias
chegam como ondas de um rio
que vêm de dentro,
que começam no coração,
brincam de sol e de lua,
causando bem-estar ao corpo,
sentido nos ossos e olhos e,
instantaneamente,
levando clarão para a boca,
brilho para o rosto todo,
com duração para o resto
da vida inteirinha.
E essas ondas vêm à superfície, à tona,
e se a lida mostra algum obstáculo,
o rio responde, transmuda, muda
flui para o alto, dentro e ao redor,
mesmo que não seja visto, de certo,
ele simplesmente nunca se esgota.
Ora estou disposto
e livre para entrar nesse rio,
consentir-me a remar
a nau que me leva
a escancarar meu riso
de contente!