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sábado, 2 de novembro de 2013

A LENDA DA MULHER QUE CHORA(va), por João Maria Ludugero

A LENDA DA MULHER QUE CHORA(va),
por João Maria Ludugero. 

As ruas eram meus brinquedos, 
Passava pelos becos e seus segredos
Defronte às duas palmeiras de São Pedro,
Embora num tanto de esperanças renovadas, 
Meus braços ainda respondiam com afinco
Meu coração partido não rompeu laços varzeanos,
Muitos nas calçadas se esconderam, muito menos reverdecidos
Do que eu, um menino medonho levado da breca em seu apogeu;
Um amante da lida que enxerga além da sombra das horas… 
Depois de tantos sóis, depois de tantas luas…
Havia uma senhora acordada, com sua expressão 
Esboçada ao seu interior, de corpo e alma,
Passando-me a divagar num labirinto… 
Meada sem fio, sugerindo uma partida,
Sua fronte apagava candeeiros da Várzea,
Era mínima sua respiração à meia luz postiça;
Um vestido tentava proteger seu corpo, 
Mas havia um chorar enrustido, um rosto marejado de fome…
Que sua própria expressão mostrava apesar de estanque a estação,
Talvez o calor a possuísse sem temperança, amiúde,
Talvez encontrasse um sentido aloprado do Vapor ao rio Joca, 
Antes da ironia de um tal destino de outrora, 
Um ser às vezes atordoado, resolvia dar uma passeada 
Supostamente para lhe realçar alguns mistérios da vida
Ou apenas para ser chamada de lenda esbugalhada! sim, destino,
Não se faça de desavisado… ou choramingado!
Pois a mulher que lacrimejava suas dores sedentas
De batente e eiras pela Várzea de outro dia distante
Desencantou o enredo da lenda que subiu ao céu azul,
Esfiapando em nuvens seus quereres afoitos e trancosos!

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