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sexta-feira, 15 de novembro de 2013

SEARA VARZEANA, por João Maria Ludugero


Cavalo de nuvem
SEARA VARZEANA, por João Maria Ludugero.

Ao entrelaçar das mãos, na ênfase do aceno,
Alados sonhos em iluminados acordes 
Dispostos em asas de passarinhos, preces, poemas…
Ao azul do céu a partir das asas soltas ao vento,
Desenvoltas, em nós, à crina de um alazão.

E as andanças ao léu, arautos da paz, emblemas.
Em riacho do mel ou num divagar airoso 
Em açude verde-musgoso sereno.
Ao céu o corpo, a alma, o coração pleno,
O gesto, a tom da voz em cantigas, 
O hálito das beldroegas e fedegosos.

Verso alado fora da asa, espairece de contente. 
Lua de seda já disposta na tarde amena
A fosforescer o rosto do menino varzeano
A trilhar o vão dos nenúfares, penugens, carícias de novembro
E o beijo do colibri afoito que explode 
Em ervas-doces, hortelã, rebuçado.

Ao interior da Várzea desce o céu 
Habitado por pássaros, por ninhos e outras folhagens
A reverdecer a crina do agreste potiguar.
Enquanto de sentinela na torre da igreja azul
A mão de São Pedro Apóstolo lavra um leito de luz purpurina.
Do amor, o mais terno, o mais nobre, o ‘varzeamado’.

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