SEARA VARZEANA, por João Maria Ludugero.
Ao entrelaçar das mãos, na ênfase do aceno,
Alados sonhos em iluminados acordes
Dispostos em asas de passarinhos, preces, poemas…
Ao azul do céu a partir das asas soltas ao vento,
Desenvoltas, em nós, à crina de um alazão.
E as andanças ao léu, arautos da paz, emblemas.
Em riacho do mel ou num divagar airoso
Em açude verde-musgoso sereno.
Ao céu o corpo, a alma, o coração pleno,
O gesto, a tom da voz em cantigas,
O hálito das beldroegas e fedegosos.
Verso alado fora da asa, espairece de contente.
Lua de seda já disposta na tarde amena
A fosforescer o rosto do menino varzeano
A trilhar o vão dos nenúfares, penugens, carícias de novembro
E o beijo do colibri afoito que explode
Em ervas-doces, hortelã, rebuçado.
Ao interior da Várzea desce o céu
Habitado por pássaros, por ninhos e outras folhagens
A reverdecer a crina do agreste potiguar.
Enquanto de sentinela na torre da igreja azul
A mão de São Pedro Apóstolo lavra um leito de luz purpurina.
Do amor, o mais terno, o mais nobre, o ‘varzeamado’.
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