SINUCA,
por João Maria Ludugero.
Salão de sinuca
De seu Otávio Gomes de Moura,
De seu Lula Florêncio, pai do Silva,
Várzea das Acácias a correr dentro
Pelo beco de seu Antonio Duaca
Preto bate branco e pardo
Bota na linha com afinco o cabra,
Embola enrola esfola a lida,
Assola embirra esbarra tudo,
Escarra a giz em miolo da memória,
Cuca maluca labuta luta dis-
Puta do assaz capeta,
Taco contra taco no saco
No balacobaco do Picica,
Aos sopapos, eiras e beiras
Num magote de moleques
Levados da breca
Numa noite coice
Nuca sem medo da cuca
Bate que bate no breque
Bola contra bola ao retoque
Rebate as caraminholas
Na cabeça do cabra
Pelos becos pelas ruas
Pelos açoites pelos panos
Pela noite a dentro rola
A assanhar os pelos da venta
Bola contra bola
Enrosca na birosca do craúna,
Rola a carapuça sem chibata,
Escapole pelas quatro bocas
O último tostão da aposta cabotina,
Preto bate branco à torta e à direita
Bate preto em terno furdúncio,
Chance tapa coice na chapa
Açoite estala no breu da noite
É bola que rola, não é tito ou bala
Que dispara e estala pela vida
Desfia desafia afia a fila que desfila
Do xerém à macaxeira,
Porfia em pormenores
A cria o taco o troco a vala
Sufoco pelas barbas atrozes
Cara contra cara afoita até
Encarar a face dentro e fora
Caça à contra graça dos rapazes,
Arregaça antes da esfola
Encara bate e cala a escuta
Escancara na hora a bola e a língua
No embalo radiante da caçapa…
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