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sexta-feira, 1 de novembro de 2013

ALQUIMIA EM QUILATES DE SAUDADES, por João Maria Ludugero

ALQUIMIA EM QUILATES DE SAUDADES,
por João Maria Ludugero. 

Saudade pode também ser 
Os dedos no caderno, papel ou pano, 
Agitando as teclas de um coração ao léu, 
Nas vozes altas do sonho acordado…. 
Provisórias margens da saudade 
Na intimidade líquida da emoção, 
Corando os rostos fosforescentes, 
Saciando a alma em flor 
Num diamante de intensa razão, 
A gorjear em asas de passarinhos, 
Bem-te-vizinhos, pintassilgos e tetéus. 
A coragem dilatada na inquietude do espírito… 
Os lumes ao desvão de perfumes e imagens… 
Os balanços num vai-e-vem a abordar 
Na mente os cafunés de fazer adormecer 
Em colos ao sereno 
Nos sorrisos de brisa 
Na tarde amena que alaranja o poente... 
Todos os fascínios que nos ninam meninos… 
Todos os sítios e riachos do Mel, 
Que nos mostram os caminhos pra cavalgar… 
A Vargem verde de juncos e beldroegas, 
A saia de chita das meninas parecendo seda, 
As andanças pelas trilhas sem temores 
Pela Várzea das Acácias... 
A carroça de boi de manivas e macaxeiras, 
A pele molhada de lágrimas em versos, 
Os amores em devaneio pelas lagoas compridas… 
Os amigos nunca perdidos com o passar do tempo. 
Toda alquimia que emoldura a vida numa rítmica promessa.

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