ALQUIMIA EM QUILATES DE SAUDADES,
por João Maria Ludugero.
Saudade pode também ser
Os dedos no caderno, papel ou pano,
Agitando as teclas de um coração ao léu,
Nas vozes altas do sonho acordado….
Provisórias margens da saudade
Na intimidade líquida da emoção,
Corando os rostos fosforescentes,
Saciando a alma em flor
Num diamante de intensa razão,
A gorjear em asas de passarinhos,
Bem-te-vizinhos, pintassilgos e tetéus.
A coragem dilatada na inquietude do espírito…
Os lumes ao desvão de perfumes e imagens…
Os balanços num vai-e-vem a abordar
Na mente os cafunés de fazer adormecer
Em colos ao sereno
Nos sorrisos de brisa
Na tarde amena que alaranja o poente...
Todos os fascínios que nos ninam meninos…
Todos os sítios e riachos do Mel,
Que nos mostram os caminhos pra cavalgar…
A Vargem verde de juncos e beldroegas,
A saia de chita das meninas parecendo seda,
As andanças pelas trilhas sem temores
Pela Várzea das Acácias...
A carroça de boi de manivas e macaxeiras,
A pele molhada de lágrimas em versos,
Os amores em devaneio pelas lagoas compridas…
Os amigos nunca perdidos com o passar do tempo.
Toda alquimia que emoldura a vida numa rítmica promessa.
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