O LANDUÁ II
Autor: João Maria Ludugero
Dona Lucila de preta,
A mãe do Xibimba,
Também entendia de pesca.
Nesse ofício criou imensa prole.
Ela tinha as manhas
De chegar às locas do rio,
Meter o braço, arrancar de lá
Muçuns, siris e aratanhas.
Muçuns, siris e aratanhas.
Envergando seu valoroso landuá,
Pescava de piabas a curimatã ovada.
De traíra não tinha medo, não.
De traíra não tinha medo, não.
Precavida trazia até novelo de linhas,
Fio e meada para reparar os estragos,
Quando a danada da traíra, encurralada,
Numa única mordida, desafiava e destruía
Completamente seu landuá.
Esperançosa, não entregava os pontos.
Contudo, não se dava por vencida.
Sempre voltava da lida satisfeita
Com o prazer dos deuses,
Pitando seu cigarro de palha
Como quem fuma um Havana.
Numa mão, um samburá de peixes;
Na outra, o velho landuá, força e arco,
Como uma guerreira de volta pra casa.
Olá, poema interessante, com bom ritmo...
ResponderExcluirObrigada pela visita ao COM AMOR....
Espero que voltes...
Até já
Beijos e abraços
Marta
parece canção =)
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