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quarta-feira, 27 de abril de 2011

TRAVESSIA, TRAVESSEIROS E PENAS DE POESIA

Ao me deitar
Eu fecho a luz,
Não me apago de vez.
Tenho o sono dum homem
Em perfeito estado de consciência.
Canto pra me ninar.
Respiro bons ares.
Os lençóis brancos
Me convidam a voar,
Voar com os carneirinhos
Das nuvens de algodão.
Eu fecho os olhos,
Eu conto estrelas, luas
Num céu de imaginação.
Eu conto estórias
Pra boi dormir,
Dou nome às vacas,
Às sagradas e às profanas,
Que me seduzem a voar,
Loucas para me fazer saltar 
Do parapeito da ponte
Aos trancosos fantasmas,
Da torre do calafrio
À pira acesa do fogo-fátuo,
Do alvorecer boreal
À liberdade de um sonhar bacana,
O que mais me atiça eufórico
A sonhar alto e plainar
Por entre as flores
E os espinhos, de certo
A fazer a guerra dos meninos.
E aí jorram sonhos em cascatas
De versos travessos
Que me acordam cedo
Pra lida. Eu escrevinho.
Rabisco os rascunhos
Do que será passado a limpo.
Eu sei que posso escolher
De passar a noite em claro,
Ferrar o sono
Ou curtir plumas, painas
Ou as penas da insônia
Em brancas nuvens de algodão.
Eu prefiro ficar com doces sonhos
Edificados no pensamento.
Vou ao encontro dos verbos,
Viajo por lugares desconhecidos,
Revolvo amores, rostos próximos.
Repasseio por outros jardins, replanto ramas
Semeio outros feijões, lavro interiores
Nem menos nem mais turbados,
Teço versos despertadores
Na cama da poesia,
Onde bem repouso minha cabeça.
Que alívio é atravessar o caos 
Num mágico e belo travesseiro,
A passos largos incansáveis.
De um adormecido ruminar de ideias
Nasce o engenho das palavras soltas,
Unidas a colher versos, de frente.
Resta ao poeta senti-las, medi-las
E até sopesá-las no sono.
Perto eu sei não vou, viajo longe
Num voo fora do corpo,
Estou nas alturas no ar, acordado
Sem carecer de nenhuma morte,
Sem nenhum regulador sonífero ou anfetamina,
Sem roncos nem remediados pesadelos.
Sei que adentro no alto, vou e volto,
Que estou seguro acima do leito,
Observando meu corpo dormente.
Ali parado, desnudo, mas
Quase todo escondido, de fora,
Envolto nas penas de ganso,
Meu corpo a dormir o sono dos justos,
Sob a vigília da própria alma latente, em paz.
Alma que se sente justa, inquieta,
Mas de bem com os deuses da vida.
Até amanhã, bons dias!

15 comentários:

  1. ludgero, poeta amigo

    Que ninguém duvide de tua sensibilidade
    e de tua poesia...é nato em ti...

    "Fala-me dos sonhos,
    Fala-me dos medos,
    Dos terrores,
    Das lembranças menos boas,
    Mas fala-me
    E deixa a porta do meu quarto
    FECHADA
    E nem tu entres, meu amor!

    Fala-me das madrugadas
    Da relva do jardim
    Machucada
    Pelos amantes que se amaram,
    Ao som das cítaras caladas.

    Deixa-me as quimeras
    Do meu sentir de Poeta
    Esquecido, aniquilado
    Nesta Era!"

    Maria luísa

    E se a tua alma é justa
    E está de bem com os Deuses
    O teu sono é um sono de justos
    E teu corpo descansa
    Até ser manhã!...

    Lindo o que me escreveu
    Belo o que aqui nos conta
    E eu tento responder
    A tanta Beleza!...

    Mas é quase impossível...

    Um Abraço,

    maria Luísa

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  2. Tenho um blogs onde escrevo prosa e recebo os prémios que me oferecem :

    http://premios-prosa-poetica.blogs.sapo.pt

    pode entrar através deste meu blogs, à direita no cimo diz: "Prémios - clique para vêr" vai directo.

    para comentar, clica onde diz, "não tem blogs no sapo", aí coloca apenas seu nome, comenta embaixo
    e no final "publica" - fácil!

    Tenho homenagens a vários poetas,
    factos recentes a acontecer no mundo
    e os tais prémios, oferecidos pelos amigos.

    O convido a visitar.
    É um blogs intimista, onde passam muitos visitantes e é comentado por alguns amigos mais
    íntimos. Tome esse Lugar de Amigo, se o quiser, mas se não o fizer, eu continuo igual à pessoa que encontrou...

    Parece-me que há muito tempo o procurava...amante da poesia!

    A prosa dá-me uma imagética maior
    ajuda-me a escrever para mim
    e para aqueles (poucos)que gostam de mim.

    A maior parte, gente anónima e desconhecida -

    Mas...GENTE!

    com amizade,

    Mª. Luísa

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  3. Poxa... essa poesia, faz qualquer um voar... voar... voar... e... voar. Amei!!! Parabéns menino, mas uma vez.


    Tenha um ótimo dia!

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  4. Poesia feita sozinha, sonora e alta
    alva, mensuras de versos e sopros
    o riso facil - poeta
    Rabiscando ao chão dessas letras
    aos pés da sonifera incerta
    versagens tão tuas que outras
    e deitar-se com elas ♥

    """"

    Ludugero! Lindo, querido. Apaixonas-me...

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  5. OLá Ludugero! Obrigado pela visita.
    Parabéns pelo seu blog, muito bonito, mesmo. Apesar do meu ser num estilo diferente gosto de blogs poéticos como o seu. Estamos ai. Sucesso. Abraço forte e esteja sempre por lá.. estarei por aqui sempre quando possível!

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  6. Amigo nos meus blogues os comentários só podem
    ser inseridos depois da minha autorização,mas
    eu permito sempre, excepto se a linguagem não
    for correta(também o há, infelizmente). No
    http://sinfoniaesol.wordpress.com não permitem
    seguidores.
    Sempre que coloque algo seu eu digo.
    Beijinho
    Irene

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  7. "As grandes idéias surgem da observação dos pequenos detalhes." (Augusto Cury)

    http://www.eu-e-o-tempo.blogspot.com/

    http://www.lleandroaugustto.blogspot.com/

    Paz & Bem!

    Leandro Ruiz

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  8. Que hermoso amigo soñar en poesía, con las plumas en el aire allá donde van tus pensamientos al cielo a las estrellas, a la luna el mar que viaje más hermoso, me gusta tu forma de hacer poesía muy bonita, real.
    Un gran abrazo con mucho cariño que tengas una feliz tarde.

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  9. Obrigado pelo convite! eu Seu blog é muito interessante! continuar o bom trabalho ...

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  10. Olá!!!
    Tudo bem?
    Obrigada pelo convite e carinho.
    Seja sempre bem-vindo no meu blog.
    Desculpe-me pela demora em responder, mas é que esses dias foram corridos.
    Adorei o seu blog tb, sempre que possível passarei aqui.
    Fica com Deus,
    beijos

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  11. João, sua amizade me é muito bem vinda. Sinto-me mais rica a cada pessoa disposta a trilhar o bom caminho da amizade. Sei bem como é, os comentários também são o combustível de minha blogagem!
    Caramba, se até para dormir você constrói uma poesia, como dizer? Acho que nem o couro e o mugido do boi pra dormir você deixa de aproveitar na escrita. [sorrio] Parabéns! Belo texto! Abraço, João!

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  12. "Todos querem o perfume das flores, mas poucos sujam as suas mãos para cultivá-las."

    (Augusto Cury)

    http://www.lleandroaugustto.blogspot.com/

    http://www.eu-e-o-tempo.blogspot.com/

    Um grande abraço: Leandro Ruiz

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  13. Que poesia linda! Senti cada palavra. Você tem um dom, querido.

    Fraternal abraço,
    Débora Andrade.

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  14. ..gostei bastante do que li. Eis-me aqui..sua seguidora...

    Um beijinho
    da
    Blimunda

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